terça-feira, 13 de dezembro de 2016





A Operação Lava-Jato e o Segundo Trabalho de Hercules.

A civilização Helênica, na antiga Grécia, foi momento singular escrito pela História humana. Em sua fase mitológica, retratou o homem com seus valores e ambiente. Nesta mitologia, busco um episódio esclarecedor, para compreender o Brasil nos tempos de Operação Lava –Jato, com os desdobramentos avassaladores de nomes e instituições envolvidos. Refiro-me a um dos trabalhos de Hércules, herói concedido por Zeus à humanidade para livrá-la dos seus males.  Trata-se do Segundo Trabalho deste semideus: matar a Hidra, réptil peçonhento habitante do pântano lodoso e pestilento de Lerna, monstro com múltiplas cabeças. Tão bizarro e venenoso era o Ser, que seu hálito contaminava a quem dele se aproximasse e, quando uma de suas sete cabeças era decepada, logo duas nasciam para substituí-la. A Hidra alimentava-se das plantações e dos rebanhos, frutos do trabalho humano. Para matá-la, deveriam ser cortadas todas as cabeças simultaneamente, ou que fossem decepadas e cauterizadas uma a uma. Bem, e se pensarmos na Hidra como sendo a figura simbólica da Corrupção, deturpando os ambientes com sua presença e estabelecendo um processo deletério, sugador do esforço laboral, duma sociedade. A corrupção, vinda do charco da ganância, indiferente e poderosa, só pode ser erradicada se todas suas interligações forem aniquiladas de um só golpe ou, metodicamente, todos seus elementos forem eliminados de maneira definitiva. A operação Lava –Jato está pondo à luz o porte e as interfaces da leniência no Brasil hodierno.  É possível acabar com ela? Sim. Mas o trabalho é Hercúleo. Diante desta missão não há retorno, nela existem dois desenlaces possíveis, apenas dois. Agora, a Operação Lava-Jato, num esforço da nação brasileira, derrota a corrupção sistêmica, ou desaparecerá enredada pela fera abominável.  A corrupção será eliminada, em caso contrário, eliminará àqueles envolvidos em desbaratá-la, pior, quando não ferida de morte, suas cabeças, tal qual a Hidra, multiplicar-se-ão.  

domingo, 4 de dezembro de 2016


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A Silvicultura no Rio Grande do Sul










A Silvicultura no Rio Grande do Sul

Acompanhei a votação, na Assembleia Legislativa, do novo marco legal para a definida silvicultura. Observando, com parcimônia e isenção, é possível constatar a maneira como o Brasil caminha desorientado, sem estratégia. A prática do debate restringiu-se, claramente, ao embate político partidário. O tema possui caráter ambiental e econômico importante, infelizmente desfigurado, no cenário já cansado, classicamente dividido entre esquerda- direita e gente, boa parte bem intencionada, manipulada para dar impressão de que o povo participa das decisões estruturais. Os deputados, sem disporem de plenas condições para entender o quê envolve a discussão, investem-se de atitudes demagógicas ou argumentam guiados por interesses negociais de grupos fechados. O fato concreto é que incentivar a silvicultura no estado é lançar a sociedade rio-grandense num futuro temerário. A palavra silvicultura significa cultura de matas, pergunta-se, então: Alguém já viu uma floresta constituída por única espécie de árvore e que estes vegetais sejam todos de mesmas dimensões físicas? Não existe, portanto, estamos diante, não do fomento de florestas, e, sim, impulsionando a monocultura de árvores exóticas para acionar a indústria madeireira e papeleira. Neste processo, usa-se a terra, mineralmente pobre do pampa, mas conveniente na adaptação da cultura agrícola das árvores, que nestas paragens, respondem com desenvolvimento três vezes mais rápido do que na região de origem. Assim, transmuta o perfil cultural e econômico pampiano, em paralelo é exaurido o bioma, tão bem aproveitado por séculos pela pecuária. A ação, ecologicamente abrangente, refletirá no regime das chuvas daí resultando alteração dos microclimas. A razão, quando enfocada a questão, deveria ser: a condição Natural não se modifica impunemente. Demagogia e curta visão de ganhos pecuniários, não são bons caminhos para o sustentável harmônico.  O Tempo é o senhor da razão, ele trará a resposta.