terça-feira, 16 de janeiro de 2018



Nos caminhos de Porto Alegre
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Caminhar nas ruas de Porto Alegre, para mim, tem sido uma jornada surpreendente, depressiva e revoltante. Sim, sei muito bem do processo depauperador, iniciado nos anos 1970, das regiões urbanas no Brasil. A grande migração rural em direção às cidades, gerou a deterioração das relações sociais no meio urbano. Mas, convenhamos, é preciso reagir ao que vemos na nossa capital. Não me refiro a locais específicos de urbe pois seria injustiça apontar pontos de degradação, ainda que se assim fosse, mais fácil seria encontrar solução. Infelizmente, não. A situação é generalizada e em condições inacreditáveis e inaceitáveis, mostradas nas vias. Pasmem, existem acampamentos nas calçadas e canteiros, malocas em praças e debaixo de viadutos, alojamentos noturnos improvisados debaixo de marquises e até depósitos de lixo com centenas de quilos entulhados em canteiros centrais, até então, destinados a serem jardins. Lixo retirado de contêiners onde o entorno é área de imundices. O diagnóstico é de uma situação de agressão estética, humanitária e permanente risco à saúde pública. Claro, há os indefectíveis vendedores africanos e haitianos ocupando os passeios com quinquilharias contrabandeadas por máfias globalmente organizadas. A mobilidade e transporte, encontram dificuldades de fluidez por excessivo tráfego em pistas inadequadas, problema sobre o qual deveria haver uma intelligentsia técnica para pensar soluções. Mas, nada. A propósito, quando se discute o valor do IPTU, por que não é debatido a destinação deste recurso? Afinal, ele é um imposto para desenvolver a urbanidade ou uma taxação sobre à propriedade, cuja existência se destina em obter recursos a fim de pagar a máquina pública? O Município, enquanto força estatal, nos deve esclarecimentos e ação, mas o cidadão Porto-alegrense está em dívida com a cidade pois, tal qual um zumbi, permanece alheio ao meio que o cerca.