A utopia do governo mundial
–nascimento e caminho.
A vontade de estabelecer o governo único à
humanidade surgiu há muito tempo, diria muitos séculos atrás. Faz parte da
loucura humana. Foi propósito de Alexandre Magno fundar um império mundial que orbitasse
em torno do pensamento Cultural Helênico. Fracassou. Depois desta tentativa,
Roma quis, com sua espada, impor a Pax dos guerreiros, imaginando o império
global sob seu estandarte. Fracassou. O Império Romano ruiu mas manteve-se Constantinopla, a capital e fortaleza dos mercadores operadores dos negócios
entre o Oriente e Ocidente. Essa condição foi a gênese da ideia duma
civilização que apontava para o futuro, onde o Mercado e aqueles que o regulam,
comandariam. Após o apogeu de Constantinopla, muitos séculos e acontecimentos
foram escrevendo a História da civilização humana, fatos que, neste texto, não
serão abordados até que chegue o ano de 1789, quando eclode Revolução Francesa,
esta sim, pedra basilar da Nova Ordem Mundial, onde a capacidade do capital
será afirmada. Em Paris irrompeu, sanguinolenta e radical, a revolução cujos
acontecimentos se catalizaram no ano 1788 numa seca terrível sequenciada pelo congelante
frio. Tragédia ambiental que assolou a
França do rei Luiz XVI. As consequências para a agricultura foram arrasadoras,
em breve faltava pão à turba. A França
era a maior potência europeia, contudo, guerras contra a Inglaterra nas terras
americanas, ocorridas no reinado de Luiz XV, haviam debilitado o tesouro real. Amargando
tão desfavoráveis condições, Luiz XVI, não mais que adolescente, chega ao trono
para enfrentar os tempos da revolução. Herdara a coroa pressionado pelas
dificuldades econômicas, e cercado por uma aristocracia enfraquecida, perdida
de valores. Ser rei foi missão difícil e mortal. No seio da sociedade francesa,
existia, então, a base necessária e suficiente, para deflagrar um processo
revolucionário: o pensamento filosófico (no caso, iluminista), a multidão
carente e o capital concentrado nas mãos dos financistas. A revolução aconteceu,
de cima para baixo, como é clássico nestas ocasiões. Em 1789, cai a Bastilha e,
com sua demolição, transforma-se a monarquia em refém de políticos
revolucionários e da alta burguesia. O rei é decapitado em 1793 e a Igreja
Católica mergulha na desgraça total, afinal, o antigo regime é sustentado por
cabeças coroadas e o Clero. Cristalina aparece a intenção revolucionária: dar
cabo à monarquia, destruir a Igreja Católica e ser universal. Prova física deste
projeto aparece na elaboração da carta dos direitos universais do homem.
Liberdade, Fraternidade e Igualdade, grava o dístico revolucionário. Parece
lógico e justo. Mas, como e quando serão usadas tais prerrogativas? Na verdade,
é o primeiro passo para estabelecer materialmente a Nova Ordem Mundial. É
histórico, em tempos pós-revolução há sempre um vazio de poder e disputa por
ele. Na França não foi diferente, o país caiu na desordem, sem lei e assolado
nas fronteiras por tropas estrangeiras -contra revolucionárias- somados a levantes internos. Veio o pânico. Nesta altura,
surge a figura militar de Napoleão Bonaparte. Jovem oficial de artilharia, cujas
vitórias sobre os exércitos estrangeiros e revoltosos internos, que lutavam
contra a revolução, o guindam à general e posteriormente ao comando do Exército
Francês. Ora, uma sociedade desorientada, clama por um líder para conduzi-la à
segurança. Aconteceu no fim da república Romana quando Júlio Caio César cruzou
com suas legiões o Rubicão, e assumiu o poder. Os franceses, envolvidos na
instabilidade apavorante, em 1796 clamavam: Queremos um rei! Napoleão, com seu
prestigio militar, atende os anseios da população sendo conduzido à posição de
Consul da República e, posteriormente, em 1804, se auto proclama Imperador. O
povo o glorificou. Viria para ele outra missão, ainda mais importante, acabar
com as monarquias absolutistas na Europa. Napoleão a realizou com seu gênio militar,
através das campanhas de guerra sempre vitoriosas e só interrompidas na expedição
de conquista da Rússia em 1814. A monarquia dos Czares se manteve intacta- a
única na Europa de então. Depois da derrota nas estepes geladas da Rússia, chegou
o fim para o imperador Francês. O término do absolutismo lançou o mundo numa
nova realidade. Napoleão, politicamente, personificava o imperador fantoche da
poderosa força que financiou a revolução Francesa e as campanhas militares
comandadas por ele. A Nova Ordem Mundial preparava célere o futuro.
Coincidentemente, ou não, nos estertores do século 18 e início do século 19, o
regime monárquico absolutista estava substituído pela monarquia
constitucionalista e a atividade agrícola cedera espaço às fábricas da era industrial.
Na nova cena, aparecem as massas proletárias -urbanas, miseráveis e tuteladas
pelo sistema produtivo da industrialização. O mundo, agora, não depende de reis ou rainhas,
funciona com patrões e operários. É a Nova Ordem. Nesse contexto, em 1848, é
lançada, escrita por Karl Marx e Engels, a obra literária político-social - O
Manifesto Comunista. A publicação clamava pela união do proletariado mundial
contra a classe da burguesia Patronal. Na perspectiva de uma nova sociedade, as
nações serão substituídas por um partido político, o Partido Comunista, única
organização cujos interesses se superpõem ao Estado. Ditadura proletária.
Proletários do mundo, uni-vos! Numa situação, provavelmente induzida, a
doutrina veio a preencher filosoficamente a justificação da necessidade dum Governo
Mundial. O sentimento de Pátria desapareceria,
substituído pela fidelidade aos ideais comunistas. Ideais que propugnavam uma
sociedade calcada na igualdade e provisão do Estado comunista. Parece sedutor,
não? No fim do século 19 organizações
secretas, homens de imensas fortunas e políticos poderosos, investiam em clubes
e ligas que estavam encarregados de propagandear a doutrina socialista, também financiando
a formação e facilitando a carreira de jovens, comprometidos neste ideário, para
ocupar postos chaves nas áreas políticas, sociais e econômicas dos governos. Quando
inicia o século 20 já havia uma estrutura, justamente montada para influenciar governos
importantes e grandes corporações, de tal forma a abrir caminhos capacitados ao
estabelecimento do governo Mundial. Com exceção da Rússia, nos anos 1900, inexistiam
monarquias absolutas no continente europeu. O passo seguinte, seria acabar com
os interesses nacionais, submetê-los a uma instância superior a ser criada. A fim de alcançar tal desígnio se faz
necessário rearranjar politicamente a Europa. Para tanto, urge um acontecimento
amplo, dramático, radical. A guerra. A guerra total, espalhada por todo o
mundo. Para deflagrá-la, bastou um fanático assassinar, o herdeiro e a esposa, da
coroa do império Austro –Húngaro. A política dos tratados de aliança e proteção
entre os países, acabou, num efeito dominó, lançando a Europa numa conflagração
brutal cuja carnificina que matou 20
milhões de pessoas durante 4 anos de batalhas. Confronto onde a Paz foi
propositadamente postergada. Eis a 1ª Guerra Mundial. Ao terminar, haviam
desaparecido o império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o império Otomano e o
Império Russo fora convertido em república comunista. O modelo republicano substituiu, de fato,
completamente, o regime monárquico. E, sobretudo, organizou-se a Liga das
Nações, instituição que primeiro representou a instauração do governo mundial.
O processo globalista avança. O ambiente belicista, contudo, não acabou quando
o conflito chegou ao fim. A Alemanha derrotada foi preparada para ser o estopim
do segundo ato da peça de sangue e fogo.
O país germânico, humilhado e brutalmente empobrecido, trilhava na
direção duma previsível revolução comunista, que uma vez realizada,
convulsionaria a Europa numa guerra. O Nazismo aconteceu como fator de
imprevisibilidade. De qualquer forma, veio a guerra imaginada pela estratégia
globalista. No ano de 1939, eclode a 2ª Guerra Mundial iniciada pela Alemanha.
Barbaridades e 60 milhões de vidas perdidas neste conflito, cujos combates
espalharam-se por todo o planeta. O ano de 1945 encerrou, com a derrota do eixo
Alemanha- Itália- Japão. O resultado geopolítico transformou Polônia, Hungria,
Iugoslávia, Romênia, Albânia, Bulgária e metade da Alemanha, em países sob
domínio Comunista. No extremo Oriente, o Império Chinês caiu sob o controle do
exército comunista de Mao Tsé Tung, situação que abre caminho para a doutrina
comunista no Oriente profundo. Ao encerrar a Segunda Grande Guerra, metade da
população mundial quedava a viver sob o regime comunista. Houve a criação da
ONU, que a partir de então, funciona como Quartel General do Governo Mundial.
Assim, ONU e imenso crescimento das fronteiras comunistas, são a resultante da
II Grande Guerra. Mero acaso? Ou concretização de uma etapa do planejamento da
Oligarquia Globalista? Para pensar. A humanidade passa a viver sob o signo da
guerra fria, de um lado os EUA de outro a URSS. Revoltas e guerrilhas comunistas
disseminam-se pelo planeta. Existe uma ilusória disputa entre capitalismo e
comunismo, poucos percebem que as duas doutrinas são faces da mesma moeda e um
novo conflito mundial está fora de perspectiva. Nos anos 1980, o império
Soviético desaba. Paradoxalmente a agenda
globalista-marxista continua indo adiante. A estratégia permanece a tática
muda. Não mais guerras revolucionárias, agora, é tempo da infiltração nas
estruturas do Estado, dos advogados, das minorias outrora rebeldes sem causa,
da alienação tecnológica, da família sem hierarquia, da mídia para esconder e
propagandear. Sub-repticiamente a implantação do comunismo permanece, induzida
pela oculta fraternidade Globalista que tem em suas mãos a mídia global e 70%
do PIB mundial. Nos bastidores Banqueiros, Corporações Industriais, Fundações,
Clubes e Organizações Secretas manipulam informações e definem políticas
diversas através da ONU. Comunismo, lenta e legalmente implantado. Neste
processo, a China servirá de cartaz propagandístico dum regime comunista
organizado e progressista. Factoide ilusório de sucesso, que esconde não ser a
China um país e sim um Partido. O partido Comunista guindado e mantido no poder
para atender os interesses da Oligarquia Globalista. Controlar e vigiar as massas,
fazendo-as felizes por terem acesso à quinquilharias de consumo, resignados ao
trabalho e à obediência ao governo comunista. Será modelo ao mundo inteiro.
Todas as diretrizes virão das insondáveis salas da ONU e comemoradas entre os
inexpugnáveis senhores do mundo. Ao povo, restará acreditar nos políticos da
cena, comunistas atuando como feitores da Nova Ordem Mundial. Perpassando
séculos aproxima-se a conclusão do projeto da Oligarquia Plutocrática
Globalista. Talvez estabelecido para sempre. Entretanto, ainda existem inimigos
no caminho.,
JRVilhena