O rio Doce que faz chorar
A tragédia ecológica no rio Doce, Minas Gerais, é prova eloquente de que a questão ambiental, para o mundo real da humanidade, está muito longe de ser enfrentada com seriedade, responsabilidade e, sobretudo ,amor. Infelizmente, o Brasil neste caso, é o triste protagonista do terror exterminador da Natureza. Paradoxalmente, nossa legislação ambiental é avançada , contudo,incapaz de frear interesses econômicos e politicos avassaladores. A lei não vence a malicia.Há um descompasso entre educação , consciência e interesses pecuniários. Legislar é o tratado social do hábito, o que neste caso, não é realidade. Em terras brasileiras é incipiente o respeito pela Natureza,é fato histórico. Exportar minério de ferro e auferir seus ganhos negociais, mostrou na barragem de Mariana, ser o interesse prioritário e soberbo da mineradora. Senão vejamos, a mineração de uma unidade deste porte tem, necessariamente, de possuir um Estudo de Impacto Ambiental e no seu relatório deve constar medidas a serem tomadas em caso de emergência. Ninguém toca no assunto. Expondo no campo técnico da engenharia, a bacia de rejeitos fica contida por uma barragem , que o projeto define. No caso, a barragem construída foi de terra, onde cargas são especificadas sobre a peça e o solo, definindo materiais e métodos construtivos capazes de garantir estanqueidade extremamente segura à construção. Ninguém toca no assunto. Diante do fato consumado, barragem rompida e a tragedia que se seguiu, é sempre a mesma conversa : multas, campanhas de solidariedade e proselitismo politico. O terrivel drama da realidade é o que fica.A contaminação do Rio Doce e parte da sua bacia hidrográfica , por anos a fio.Fauna aquática e flora ciliar, desbaratadas com uma carga de rejeitos tóxicos e físicos alarmantes. Dezenas de seres humanos mortos, centenas de cidadãos perdem o trabalho, milhares ficam sem água potável disponivel. Eis a triste história , cuja cicatriz sobre a região, nunca se apagará. As pessoas continuarão vivendo, mais cansadas e mais abatidas. Quanto tempo ainda passará a[e que a cobiça humana ceda lugar à justiça. Só o tempo dará a resposta. Enquanto isso, aprendamos que aquilo que ocorrer à Terra ocorrerá a nós.
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