quinta-feira, 10 de março de 2016

A GRANDE FARSA

Na minha infância em Porto Alegre, carroças circulavam em grande número na cidade. Faziam parte do cotidiano social e comercial da população. Através delas, chegavam as verduras, o leite e o pão. Os cavalos que as tracionavam, chamavam minha atenção, pois na cabeça, lateralmente aos olhos, assentavam-lhes viseiras. O menino não compreendia porquê. Até que me foi explicada a razão: era para impossibilitar aos pobres animais desviar o olhar do caminho determinado, desta forma, eram mantidos concentrados nele. Sem as bitolas, poderiam numa visão ampliada, desviarem-se do papel a eles destinado. Mutatis mutantes, há muita similitude esclarecedora para entender o debate político atual, pretensamente dividido entre esquerda e direita. O quê  significa esta divisão? Tais conceitos surrados, parecem artificialidades ficcionais quando se mira no detalhe e fica patente o trato igual dado à educação do povo, à relação com o meio-ambiente e as mesmas manipulações deletérias às tradições das nações, moldando-as aos seus interesses de domínio. A saúde das gentes tem para estas linhas algum viés diferenciado? Não. Há sempre grupos abocanhando o poder politico ou econômico, alegando alguma razão da hora.  Entre tais constatações, eu asseguro: eles são todos iguais, obedecem a mesma agenda globalísta. Dois caminhos que levam à Roma. Diferentes na forma, mas iguais no conteúdo: controlar a civilização humana debaixo da opressão. A saída é arrancar as viseiras e enxergar o desiderato justo para a humanidade, significa aprimorar a liberdade individual, desenvolver respeito ao outrem, ratificar e lapidar a cultura das nações, distribuir o conhecimento e utilizá-lo para o bem de todos, desenvolver modelos econômicos sustentáveis, entender que governos não estão estabelecidos em torres de marfim determinado o bom e o ruim. Cavalos não tem dedos para arrancar viseiras, mas humanos tem inteligência para desfazer enganos e ampliar atitudes.  

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