A GRANDE FARSA
Na minha infância em Porto Alegre, carroças circulavam
em grande número na cidade. Faziam parte do cotidiano social e comercial da
população. Através delas, chegavam as verduras, o leite e o pão. Os cavalos que
as tracionavam, chamavam minha atenção, pois na cabeça, lateralmente aos olhos,
assentavam-lhes viseiras. O menino não compreendia porquê. Até que me foi
explicada a razão: era para impossibilitar aos pobres animais desviar o olhar
do caminho determinado, desta forma, eram mantidos concentrados nele. Sem as
bitolas, poderiam numa visão ampliada, desviarem-se do papel a eles destinado. Mutatis
mutantes, há muita similitude esclarecedora para entender o debate político
atual, pretensamente dividido entre esquerda e direita. O quê significa esta divisão? Tais conceitos surrados,
parecem artificialidades ficcionais quando se mira no detalhe e fica patente o
trato igual dado à educação do povo, à relação com o meio-ambiente e as mesmas
manipulações deletérias às tradições das nações, moldando-as aos seus
interesses de domínio. A saúde das gentes tem para estas linhas algum viés
diferenciado? Não. Há sempre grupos abocanhando o poder politico ou econômico, alegando
alguma razão da hora. Entre tais
constatações, eu asseguro: eles são todos iguais, obedecem a mesma agenda
globalísta. Dois caminhos que levam à Roma. Diferentes na forma, mas iguais no
conteúdo: controlar a civilização humana debaixo da opressão. A saída é
arrancar as viseiras e enxergar o desiderato justo para a humanidade, significa
aprimorar a liberdade individual, desenvolver respeito ao outrem, ratificar e
lapidar a cultura das nações, distribuir o conhecimento e utilizá-lo para o bem
de todos, desenvolver modelos econômicos sustentáveis, entender que governos não
estão estabelecidos em torres de marfim determinado o bom e o ruim. Cavalos não
tem dedos para arrancar viseiras, mas humanos tem inteligência para desfazer
enganos e ampliar atitudes.
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