Homem
conhece-te a tí mesmo.
Dia destes, caminhando pelas ruas de Porto Alegre,
deparei com uma cena cada vez mais comum nestes caminhos que tanto amo, homens
com moto serra cortando ou mutilando (chamam de poda) árvores. Ao meu ouvido, o ruído cruel da máquina indicava
o sacrifício de uma árvore. Aquele ser do reino vegetal, cujo esplendor demorou
décadas para expor sua beleza, tombava frente ao homem tecnológico, indiferente
e prepotente. Ali foi um momento de choque e reflexão. Clara, como nunca, pude enxergar
a porção de maldade que habita o coração desta raça impiedosa. Animais e
Vegetais, seja o mais óbvio pasto, minúsculo inseto, magnífico mamífero ou árvore
colossal, tudo e todos, tombam arrasados pela incompreensão e soberba do homem.
Este homem, crendo-se o deus soberano do planeta, pensa tê-lo a sua disposição,
podendo servir-se dele como bem provier.
Por não entender ou não se importar com a casa onde vive, instabilizou o
equilíbrio ecológico do seu ambiente. A ignorância, a ganância e a vontade de
exercer o poder absoluto sobre o mundo onde existe, acabam por cegar a
humanidade. A tal ponto, que a
civilização está sendo conduzida por interesses claramente psicopáticos, num
processo autofágico. A árvore tombada na via é sinal do vórtice de insanidade
que aflige corações e mentes humanas, malfazendo ao indivíduo e à sociedade, abrindo
o portal para violência crescente, traduzida na compulsiva agressão às árvores,
animais e, inexoravelmente, ao ser humano. Tal realidade insana, não será
amenizada por campanhas publicitárias ou palavras mantras no intuito de gerar
otimismo. O lobo mordeu o coração do homem e a única medicina capaz de curá-lo
é educação e cultura que incentive os sentimentos nobres da porção sublime do
nosso animo.
José Maria Rodrigues de Vilhena
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