Olhar
sobre Porto Alegre
Porto Alegre é uma urbe
emblemática no Brasil. Quem a conhece,
sabe que ela já não vive seus dias de maior glória. Infelizmente. Bem, o Brasil
hodierno, da mesma forma, também não transita na sua melhor época. Assola o
país uma decadência, claramente espelhada, nas grandes cidades do país. Neste
ágil texto, desejo referir a capital do Rio Grande, local onde nasci e vivo. O
amor, por mim dedicado a ela, dá-me autoridade para relatar a situação em que
se encontra o centro da cidade. Sem ideologias, sem coloração partidária. O
coração da capital encontra-se em estado lamentável, o cenário é a ante sala do
caos. Calçadas imundas e depauperadas, o monumento símbolo da cidade, viaduto
Otávio Rocha, funcionando como albergue com barracas montadas por multidão de
desvalidos, lixo amontoado no calçadão da rua da Praia, camelôs avançando sobre
o espaço público apesar de existir centro popular de comércio, pichações,
drogas e insegurança. O Centro resiste através do esforço dispendido por instituições
privadas, da beleza proporcionada pela estética dos prédios magníficos e de aprazíveis
praças. Mas, me pergunto. Até quando? A administração municipal (Executivo e
Legislativo), ao invés de induzir a revitalização do coração de Porto Alegre, trabalha
no sentido de enfartá-lo, proibindo artistas de rua, permitindo trânsito de
veículos onde não deveriam ser admitidos e relevando o interesse pela
manutenção de sítios e prédios do
patrimônio histórico e arquitetônico. Isto é grave situação. Por favor, não estabeleçam
conexões entre este desabafo e o evento eleitoral próximo, mesmo porque, não é
possível acreditar na capacidade dos políticos, e tampouco, nas intenções
transparentes dos partidos. Agora, o movimento capaz de reordenar o sistema de
vida dos cidadãos brasileiros virá da consciência e vontade de defender valores
perenes das tradições legadas. Porto Alegre não será destruída por demagogos,
incompetentes ou oportunistas.
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