O STF expõe o simulacro à multidão.
Por favor
não me entendam mal, mas somente a ingenuidade das pessoas, resultado da
superficialidade de suas existências, pode explicar a surpresa diante das decisões
advindas das estruturas sociais que balizam o mundo brasileiro. Refiro-me, em
especifico, à ordenação política do Estado brasileiro, razão pela qual é
possível explicar a decisão do STF para conceder habeas corpus preventivo ao
ex-presidente Lula da Silva. O homem das ruas tende a acreditar que os poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, são constituídos por homens e mulheres probos e
dedicados ao bem comum. Desta forma, apregoa o modelo republicano democrático.
Bem, assim apreenderam através da escola e da mídia. Nada mais fora da verdade.
O mais submisso escravo é aquele que não se julga escravo. Ora, o Executivo e o
Legislativo são definidos, periodicamente, através do voto. Mas, qual é a
qualidade deste voto? A grande maioria do eleitores não dispõe de cultura política
e, mais, são analfabetos funcionais incapazes de compreender o que lhes é
exposto, resultado: parlamentos constituídos por ineptos e inaptos, a miúde, corruptos
soberbos. O Executivo, em geral, acaba na mão de oportunistas e demagogos cegos
no desejo de poder. O Poder Judiciário, no seu nível supremo, é montado através
de indicações provenientes do executivo e legislativo. Assim, sob pano de fundo
da democracia e com princípios republicanos, monta-se uma civilização afastada
dos bons princípios, comandada por poderes interligados, não na busca do bem
comum, mas, em forças que procuram amoldar a sociedade a seus próprios
interesses de manter regalias e comandos. Irmãos siameses. Portanto, há um
mundo nesta esfera, auto imaginada como divina, e outra, onde transita a
multidão que obedece resignada. De quando em vez, o esforço de um indivíduo
expõe o banheiro da estrutura. Foi o que a Operação Lava Jato fez. O grande
ganho desta operação foi mostrar que os deuses tem pés de barro. Cabe, agora ,
ao povo brasileiro, decidir entre a escravidão manicomial e a liberdade desafiadora.
Povo que não tem virtude acaba por ser escravo.