segunda-feira, 13 de agosto de 2018

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O incansável tema do muro da Mauá.

Mais uma vez vem à baila a discussão sobre o Dique da Mauá. Os debates sobre a referida barragem iniciaram nos anos 1970, quando da construção da mesma. Vivíamos à época do regime militar e a oposição, sob censura, usava todo o tipo de oportunidade para confrontar o governo. Usava como burla, principalmente, a questão ambiental. Pois bem, o chamado muro da Mauá sofreu antagonismo na grande mídia, onde os jornais registravam acalorados e emocionados ataques ao mesmo. Intransigentes, os que advogavam a não construção, pediam a demolição depois de concluída a obra. Justificavam posição dizendo que o muro (eufemismo retórico) afastava o rio -hoje nomeado lago-, da população, cerceando-a socialmente. Ó cruel ditadura. Tiveram sorte porque o dique impediu o avanço das águas sobre a cidade nas ocasiões de enchentes. Gostaria de vê-los explicar os prejuízos e danos se tal acontecesse. O fato é que a barragem da Mauá faz parte de um sistema de drenagem no intento de proteger a urbe nos momentos de crítica vazão de cheia do rio.  Um sistema que se estabelece ao longo de quase 70km nas margens porto-alegrenses do Guaíba. Foi projetado para conter uma inundação de proporções similares à acontecida em 1941. Projetado com tempo de recorrência de 100 anos, significa dizer que a possibilidade de uma enchente com tamanho volume d’agua ocorrer novamente, é de uma a cada século. A barragem da Mauá faz parte dele. Porto Alegre não será inundada em 99% das ocasiões de enchente do rio. Bem, trata-se de tranquilizadora perspectiva. Agora, imaginem a quantidade de enchentes de menores proporções que atingiram e podem atingir Porto Alegre em 100 anos e cujos alagamentos seriam desastrosos se não fossem ou se não forem evitadas. O dique já nos protegeu delas e o fará no futuro. Portanto, a obra da Mauá, a barragem construída na área do porto da capital, pode prejudicar esteticamente a cidade, mas indubitavelmente. necessária.

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