
A
Ferrovia necessária.
O
movimento de cargas e pessoas no território de um país é como o sangue que
circula num corpo. Através dele – o movimento-, conectam-se cidades produtoras
e consumidoras no tabuleiro econômico. Há diversos modais de transporte
disponíveis para isso. Nesta ágil análise, concentro minha razão no modal
ferroviário. O Brasil, na sua História, teve a dirigi-lo um imperador
visionário e, por esse motivo, ao chegar o fim da monarquia, existiam no Brasil
11000 km de ferrovias operando e 9000 km projetados. Na mesma estratégia, nos anos 1920, trens já rodavam
numa malha de 22000km. O sistema ferroviário cresceu no país e apesar de deficiências
na logística nacional, foi sem dúvida, fundamental no crescimento da economia e
integração nacional. O tempo passa, e com ele veio o conceito rodoviário dos veículos
automotores, trazendo vantagens e desvantagens. A ferrovia foi impactada e seu
futuro, no Brasil, comprometido. A pressão da indústria automobilística introduzida
no país, e a politização dos sindicatos ameaçando boicotes, levaram os governos
do regime militar a deixar a Rede Ferroviária Federal no ostracismo, ainda que,
no Governo do general Geisel tenha havido uma real tentativa de retomar o
sistema ferroviário. Era tarde, interesses poderosos já estavam no jogo com
capacidade de neutralizar a retomada dos trens. O modal ferroviário definhou,
de tal forma que na década de 1990 não havia outra atitude senão privatizá-lo.Muito
Bem. É inquestionável a ação, mas, a maneira de realizá-la foi constrangedora.
O processo de privatização implementou-se por regiões e sem critérios firmes de
adequação técnica, onde se inclui padrões de bitolas, revitalizações de
equipamentos e operacionalizações das linhas. O resultado foi o sucateamento da
malha, em total descaso ficaram troncos e ramais sem importância comercial para
operadora da região. É dizer, o processo resultou em modernização pífia e fim
do transporte de passageiros. A malha ferroviária brasileira, nos seus atuais
40000 km, só transporta soja, minérios e produtos petroquímicos. Quase trinta
anos da privatização das ferrovias, um negócio que só alcançou maximizar lucros
de megacorporações industriais. Eis um exemplo clássico de má gestão pública,
onde o bem estar da população dá lugar aos objetivos negociais globalizas. Até
quando?
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