Constituição
de 1988 e a lição de Getúlio Vargas
Ao contrário do que pensa boa parte da intelligentsia brasileira, Getúlio Vargas não foi um grande estadista.
Seu perfil, de fato, é de um grande político. Estrategista da sobrevivência política
cotidiana. O carismático fazendeiro gaúcho conhecia profundamente as
vicissitudes individuais e coletivas do ambiente político –partidário brasileiro.
Quando guindado ao Poder como presidente da República em 1930, embora
pressionado, recusou-se à elaboração imediata duma nova constituição, ciente
que se assim o fizesse, a tal carta viria carregada de demagogia, revanchismo e
oportunismo, formatando desta maneira, armas capazes de desfigurar às instituições
da República. Pagou caro pela coragem e sagacidade. O tributo, foi a eclosão do
levante constitucionalista de 1932, a revolução Paulista. Tal guerra interna acabou
por forçá-lo à promulgação da carta magna de 1934, semente das dificuldades na
governabilidade do País, resultando daí oportunidade para as tentativas de
tomar o poder através da intentona Comunista em 1935 e do golpe Integralista de
1937. Getúlio respondeu com a Constituição de 1937, a Polaca. Ditatorial. Os
desdobramentos pertencem à História. Pois o regime Militar, estabelecido, brandamente
no ano de 1964 e finalizado, também de forma branda em 1985, não aprendeu a
lição. Encerrado o período do regime, incentivou uma constituinte, abrindo as
portas para o movimento comunista internacional -que já se infiltrara em
partidos políticos, universidades, imprensa, sindicatos e burocracia estatal-,
havia décadas. Escondendo-se atrás das liberdades democráticas, a bandeira
esquerdista iludiu a sociedade brasileira crente numa nova Constituição guardiã
eterna da democracia no País (Sim, há discreto sorriso na minha face). Getúlio,
com toda justeza, acertou a previsão anunciada 45 anos antes. Eis que surge a constituição cidadã
promulgada em 1988, conduzida por antigos caciques da política nacional capitaneando
uma legião de parlamentares ineptos e juristas teóricos utópicos. Pretendia impor
a justiça social no mundo do Brasil. Ao final nasceu um monstro, num corpo de muitos
direitos, pouco deveres e controle do Estado sobre o cidadão. Claro preparo do
ambiente caótico e socializante. Cenário pronto, todas as organizações
partidárias estão arrimadas em estatutos esquerdistas. A câmara federal e o senado foram rapidamente
transformados em uma taverna de corruptos oportunistas de diferentes matizes.
Os governos marxistas ficam à cavaleira para elaborar emendas à Constituição e
leis. Tudo dominado. A multidão está submetida e interesses específicos
favorecidos. É o Brasil.
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