quinta-feira, 21 de outubro de 2021

 

Qual a razão de alguns embusteiros mandarem e desmandarem no Brasil

Compreender comportamentos é investigação fascinante, neste painel, a multidão brasileira merece destaque. Por que tamanha apatia em participar do seu próprio destino? Por que? O sentimento chave para desvelar tão enigmática postura, atrevo-me a afirmar: o medo. O medo é  sentimento ancestral da raça humana, ele protege a sobrevivência. E viver é preciso. Assim, sobre o medo, exacerbado, constrói-se o modelo mental da gente brasileira. Gente que, supostamente, “canta e é feliz“ neste imenso país, lar duma nação de 200 milhões de almas. Brasil, gigante inseguro.  Adormecido e inseguro, dominado por um punhado de oportunistas amorais que elaboraram o pérfido sistema protetor dos malfeitos, num mecanismo que garante a esta pseudo elite poder e intocabilidade, blindada à ações contestatórias. Afinal, tudo é da lei.  O chocante é a submissão da imensa multidão. Estranha? Incompreensível?  Só para àqueles que não procuram refletir sobre suas razões. E, como quem procura acha, busquemos a raiz desta letargia. Aristóteles dizia que a palavra cão não morde. Contudo, a palavra medo amedronta,  torna o sujeito inseguro. Ora, a sociedade brasileira foi constituída sobre grupos humanos aflitos pela marca da insegurança, a partir daí, à indiferença omissa torna-se medida de autopreservação. O Brasil é um país miscigenado, fruto do amalgama de diferentes culturas e grupos étnicos. Deste mundo, o pilar central tem a dimensão lusitana, portugueses achadores desta terra que chamaram de a terra da Verdadeira Cruz (Vera Cruz). Originários das distantes praias ocidentais da Europa no Portugal, lugar onde o poder de comando podia se alternar entre um rei católico, árabes ou judeus. Em quem confiar? Tamanha insegurança com relação ao futuro, levou tal povo ao movimento de se lançar aos mares nunca dantes navegados. E, ao dar nas costas do Novo Mundo, em distante longitude encontraram os aborígenes destas paragens que perplexos foram inseridos numa realidade que jamais compreenderam e que lhes reservou sofrimento e morte. O seguinte termo étnico-cultural na equação Brasil são os homens e mulheres chegados da África negra, chegados na condição sub-humana de escravos na terra selvática estranha e atemorizante. Sós e indefesos.  Depois, muito tempo depois, passados três séculos desde o achamento das terras brasilis,  nelas desembarcam imigrantes europeus ( alemães e a seguir italianos) numa formidável massa humana. Fogem da desesperança duma vida de sobrevivência. O destino é desbravar, trabalhar e sobreviver, regrados por leis e ordens que os conduzem através de uma autoridade desconhecida. Se nos ativermos a todos estes grupos humanos como sendo conjuntos mentais e espirituais, é perceptível claramente haver uma intersecção estre eles, o medo.  Temor ao que virá, medo do futuro. Impotência para decidir suas próprias vidas. O sentimento de estar numa nau onde o capitão define absoluto todos os procedimentos. Insegurança. Claro, nascida do medo, a insegurança desenha fortemente o caráter do  vulgo brasileiro. Óbvio, aquele que diante da vida encontra-se amedrontado e inseguro, optará instintivamente pelo individualismo sobreviventista cuja consequência será a omissão aos interesses coletivos. Neste perfil, a sociedade abre espaço para usurpadores que a podem dirigir com autoridade tirânica coberta pelo manto roto da demagogia. É por isso que no Brasil, diz antigo adágio popular, -manda quem pode, obedece quem tem juízo. Dá-me náuseas.  

 JR Vilhena



domingo, 3 de outubro de 2021

 

Observem os painéis de relógio nas ruas.

Demorou muito tempo.  Mais de cinco anos. Mas, finalmente, no ano de 2020, os relógios digitais de rua voltaram a ser instalados em Porto Alegre e com uma novidade há muito esperada. Agora, além do horário e temperatura, o painel mostra nível de radiação ultravioleta incidente na região. A nova informação é de relevante importância já que esta radiação, responsável na alta atmosfera, pela transformação de Ozônio (O3) em Oxigênio (O2), vem encontrando há algumas décadas, uma redução na quantidade de moléculas de ozônio livre na camada atmosférica onde ele se concentra. Assim, a energia da radiação solar, vinda na frequência de onda ultravioleta, excede à necessidade para ativar a reação físico-química que naturalmente a consome de forma significativa. Como consequência, maior quantidade desta energia chega à superfície terrestre. A grandeza do fenômeno depende da região do planeta, das condições climáticas e época do ano. Mais um desajuste ecológico, consequência da intervenção humana através dos processos industriais sustentantes da sociedade hodierna que acabam por lançar gases halogênicos na atmosfera. Bem, o fato é que o sul do Brasil é particularmente suscetível à condição de zona sob alta incidência de radiação ultravioleta. E, aqui na cidade de Porto Alegre, poucas pessoas atentam para o que os modernos painéis de rua registram. Ao mirá-los com rápida atenção, é possível ler a medição da incidência da radiação ultravioleta na forma de alerta das condições. E a miúde os alertas indicam:  radiação UV alta, muito alta e alarmante.   A população distraída não se dá conta e os meios de informação, tão preocupados com o meio ambiente, não parecem ter a menor intenção de alertar para situação preocupante. Preocupante, pois que consequências patogênicas à saúde humana advém dela. Graves doenças na derme e nos olhos se espalham. Também no reino Vegetal podem estar acontecendo alterações. Portanto, o clamor de políticos, especialistas escolhidos e mídia mean streem contra supostos crimes ambientais em florestas tropicais é cortina de fumaça a fim de travar uma verdadeira abordagem sobre o complexo desafio ecológico.  Hipócritas, de fato usam a ecologia para formatar intensões estratégicas de poder. Prova disto, é a indiferença às agressões ambientais plasmadas no dia-a-dia dos cidadãos. Observem os painéis dos relógios de rua.

José Maria Rodrigues de Vilhena

Engenheiro e ecólogo