Observem
os painéis de relógio nas ruas.
Demorou muito tempo. Mais de cinco anos. Mas, finalmente, no ano de
2020, os relógios digitais de rua voltaram a ser instalados em Porto Alegre e
com uma novidade há muito esperada. Agora, além do horário e temperatura, o
painel mostra nível de radiação ultravioleta incidente na região. A nova
informação é de relevante importância já que esta radiação, responsável na alta
atmosfera, pela transformação de Ozônio (O3) em Oxigênio (O2), vem encontrando
há algumas décadas, uma redução na quantidade de moléculas de ozônio livre na
camada atmosférica onde ele se concentra. Assim, a energia da radiação solar,
vinda na frequência de onda ultravioleta, excede à necessidade para ativar a reação
físico-química que naturalmente a consome de forma significativa. Como consequência,
maior quantidade desta energia chega à superfície terrestre. A grandeza do
fenômeno depende da região do planeta, das condições climáticas e época do ano.
Mais um desajuste ecológico, consequência da intervenção humana através dos
processos industriais sustentantes da sociedade hodierna que acabam por lançar
gases halogênicos na atmosfera. Bem, o fato é que o sul do Brasil é
particularmente suscetível à condição de zona sob alta incidência de radiação
ultravioleta. E, aqui na cidade de Porto Alegre, poucas pessoas atentam para o
que os modernos painéis de rua registram. Ao mirá-los com rápida atenção, é
possível ler a medição da incidência da radiação ultravioleta na forma de alerta
das condições. E a miúde os alertas indicam:
radiação UV alta, muito alta e alarmante. A população
distraída não se dá conta e os meios de informação, tão preocupados com o meio
ambiente, não parecem ter a menor intenção de alertar para situação preocupante.
Preocupante, pois que consequências patogênicas à saúde humana advém dela. Graves
doenças na derme e nos olhos se espalham. Também no reino Vegetal podem estar
acontecendo alterações. Portanto, o clamor de políticos, especialistas
escolhidos e mídia mean streem contra supostos crimes ambientais em florestas
tropicais é cortina de fumaça a fim de travar uma verdadeira abordagem sobre o
complexo desafio ecológico. Hipócritas,
de fato usam a ecologia para formatar intensões estratégicas de poder. Prova
disto, é a indiferença às agressões ambientais plasmadas no dia-a-dia dos
cidadãos. Observem os painéis dos relógios de rua.
José Maria Rodrigues de Vilhena
Engenheiro e ecólogo
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