Detalhes importantes de Porto Alegre
Quando as
minhas pegadas marcam as ruas de Porto Alegre, eu observo. Caminhando observo o
cenário onde casas antigas desapareceram, levando consigo sua beleza histórica,
dando lugar à novas edificações de gosto discutível. A arquitetura massificada.
Novos tempos, novos costumes. É inexorável. A cidade se modifica e, paulatinamente, vai apagando
memórias. Contudo, há um traço na urbe cujas primeiras ações vi acontecer e
robustecer através dos anos. Refiro-me à arborização viária desta amada capital.
É uma lindeza. Conheço centenas de cidades espalhadas por todas as latitudes
e longitudes deste mundo, e, posso
afirmar: nunca encontrei ruas tão
fartamente embelezadas por árvores. E foi assim que tomei consciência de não serem
museus e monumentos, nem centros de comércio, nem beleza arquitetônica, nem o
rio Guaíba com o decantado pôr de sol, algo inencontrável na beleza de outras
urbi. Mas, a arborização pública, linda, que emoldura às ruas da velha Porto
dos Casais... Ah! Isso jamais encontrei
em outras grandes cidades. E, por isso, quando dos meus andares pelas calçadas das
ruas que tanto conheço, ponho-me triste ao reparar tantas arvores destruídas
por fenômenos atmosféricos extremos, manejo descuidado a fim de manter à
infraestrutura, velhice ou vandalismo idiota. Muitas delas, as árvores, restam somente
troncos cortados rés do chão ou formas ressequidas numa triste figura. Vem-me a
sensação dum vazio espiritual. Perder tais seres que algum dia nos trouxeram o
frescor de suas sombras, contiveram o ruído e ofereceram os cantares dos
pássaros, parece trágico. Quem se importa? A pergunta, a faço, pois aparentemente
não existe ação da prefeitura para substituir as árvores que se foram. Por
favor, sem viés político-partidário, aguardo trabalho da Secretaria do Meio
Ambiente no sentido de recuperar a depauperação deste tesouro herdado pelo
esforço de gerações passadas de porto-alegrenses dedicados. A floresta é importante,
a cidade é importante, a arborização nas ruas e a vivificação de vegetais no
interior de nossas casas, ratificam o elo inesquecível da espécie humana com a
Natureza. Pensem nisso.
José Maria
Rodrigues de Vilhena
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