De
Pedro II a Dilma Rousseff
Quem usa de critérios honestos, ao estudar a História do
Brasil, conclui que D. Pedro II foi o maior estadista produzido na civilização brasileira.
Probo, equilibrado, culto, sofrido, bondoso, amoroso com sua gente, as páginas
da História o relatam como o Rei filósofo. Em 15 novembro de 1889, foi deposto.
E numa tépida noite do Rio de Janeiro, embarcado, com a família e poucos amigos,
num navio com destino à Europa. Este homem, que conseguiu manter unido o
Brasil, bem quisto pelo seu povo, admirado no mundo por cientistas, artistas e
estadistas. Rei, cujo pragmatismo fez aceitar que a economia do país só poderia
funcionar com a existência da escravidão, mas a sabendo repugnante, tratou de engendrar
um processo conduzido por leis capazes de tornar a abjeta instituição
insustentável. Tal Imperador Moderador, ouvidor de todos, fossem ricos ou
pobres, foi defenestrado da terra onde era o soberano afável e interessado no
progresso da realidade brasileira. Possuía qualidades demais para permanecer no
comando do governo deste país alvo de tantos interesses colossais. Expulso,
durante a viagem, avisou ao comandante da escolta que o acompanhava em águas
brasileiras, ser dispensável tal procedimento, pois se fosse algum tipo de
reverencia, ele dispensava, se fora temor do seu retorno não havia motivo para preocupação,
não pretendia impor-se à nação. Este homem, doou todos seus bens ao Brasil e
pouco anos depois, morreu num hotel confortável e simples em Paris, sempre disposto
a retornar, se solicitado fosse. Morreu cercado da família e alguns amigos. O
tempo passa o tempo voa. Acabou o Império, veio a República, e nunca mais
tivemos estabilidade duradoura. O último
e grave solavanco da república brasileira foi o impedimento da presidente Dilma
Rousseff. Acusada e suspeita de uma série de más condutas com e no Estado
Brasileiro. Retirada do comando do governo através de mecanismos institucionais,
insiste ela e seu partido, em não aceitar a situação. Coloca em dúvida os
poderes Judiciário e Legislativo e ignora olimpicamente a vontade do povo que
não tolera mais os desmandos do seu governo repleto de nulidades e bandoleiros.
Quer governar como uma tiranete junto com seus mentores e apaniguados. Pois
bem, incapaz de assimilar a rejeição, Dilma Rousseff, virtualmente deposta,
exige, mesquinhamente, enquanto tramita o seu julgamento, dinheiro, mordomias,
seguranças, e equipamentos para seu desfrute. Faz papel de vítima de um golpe e
exige pompa e circunstância em acinte ao país, que a rejeita, assim como, seu
partido e aliados oportunistas. São lançados fora do poder pela multidão indignada
com os desmandos de um governo deletério e suspeito nas intenções. Eis retrato
do caminho trilhado pelo Brasil, quando acaba o Império sai um governante de
alto quilate, combatido por interesses externos. Sai humilde e sereno. A república
brasileira, nos seus espasmos, pressionada pelas ruas, esforça-se para destituir
uma presidente condutora de políticas implosivas da estrutura do país, pessoa intelectualmente
questionável, sem cultura e com intenções de estabelecer um poder não
compatível com os desígnios da grandeza do Brasil. Nesta situação, pretende
propagandear tratar-se sua saída como golpe. De Pedro de Alcântara a Dilma Rousseff,
quanta diferença. Oh, tempos! Oh, costumes!
Nenhum comentário :
Postar um comentário