domingo, 15 de maio de 2016

De Pedro II a Dilma Rousseff


Quem usa de critérios honestos, ao estudar a História do Brasil, conclui que D. Pedro II foi o maior estadista produzido na civilização brasileira. Probo, equilibrado, culto, sofrido, bondoso, amoroso com sua gente, as páginas da História o relatam como o Rei filósofo. Em 15 novembro de 1889, foi deposto. E numa tépida noite do Rio de Janeiro, embarcado, com a família e poucos amigos, num navio com destino à Europa. Este homem, que conseguiu manter unido o Brasil, bem quisto pelo seu povo, admirado no mundo por cientistas, artistas e estadistas. Rei, cujo pragmatismo fez aceitar que a economia do país só poderia funcionar com a existência da escravidão, mas a sabendo repugnante, tratou de engendrar um processo conduzido por leis capazes de tornar a abjeta instituição insustentável. Tal Imperador Moderador, ouvidor de todos, fossem ricos ou pobres, foi defenestrado da terra onde era o soberano afável e interessado no progresso da realidade brasileira. Possuía qualidades demais para permanecer no comando do governo deste país alvo de tantos interesses colossais. Expulso, durante a viagem, avisou ao comandante da escolta que o acompanhava em águas brasileiras, ser dispensável tal procedimento, pois se fosse algum tipo de reverencia, ele dispensava, se fora temor do seu retorno não havia motivo para preocupação, não pretendia impor-se à nação. Este homem, doou todos seus bens ao Brasil e pouco anos depois, morreu num hotel confortável e simples em Paris, sempre disposto a retornar, se solicitado fosse. Morreu cercado da família e alguns amigos. O tempo passa o tempo voa. Acabou o Império, veio a República, e nunca mais tivemos estabilidade duradoura.  O último e grave solavanco da república brasileira foi o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Acusada e suspeita de uma série de más condutas com e no Estado Brasileiro. Retirada do comando do governo através de mecanismos institucionais, insiste ela e seu partido, em não aceitar a situação. Coloca em dúvida os poderes Judiciário e Legislativo e ignora olimpicamente a vontade do povo que não tolera mais os desmandos do seu governo repleto de nulidades e bandoleiros. Quer governar como uma tiranete junto com seus mentores e apaniguados. Pois bem, incapaz de assimilar a rejeição, Dilma Rousseff, virtualmente deposta, exige, mesquinhamente, enquanto tramita o seu julgamento, dinheiro, mordomias, seguranças, e equipamentos para seu desfrute. Faz papel de vítima de um golpe e exige pompa e circunstância em acinte ao país, que a rejeita, assim como, seu partido e aliados oportunistas. São lançados fora do poder pela multidão indignada com os desmandos de um governo deletério e suspeito nas intenções. Eis retrato do caminho trilhado pelo Brasil, quando acaba o Império sai um governante de alto quilate, combatido por interesses externos. Sai humilde e sereno. A república brasileira, nos seus espasmos, pressionada pelas ruas, esforça-se para destituir uma presidente condutora de políticas implosivas da estrutura do país, pessoa intelectualmente questionável, sem cultura e com intenções de estabelecer um poder não compatível com os desígnios da grandeza do Brasil. Nesta situação, pretende propagandear tratar-se sua saída como golpe. De Pedro de Alcântara a Dilma Rousseff, quanta diferença. Oh, tempos! Oh, costumes!  

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