sábado, 4 de junho de 2016

A  Formação Futebolística e os Resultados


Tenho consciência, o Futebol é o ópio do povo. Contudo, adoro participar do mundo futebolístico. Faz parte da minha rotina acompanha-lo in loco, na televisão e rádio. Às vezes, participo de programas radiofônicos com este mote. Infelizmente, a idade já não me permite praticar o esporte bretão. Pois bem, escutava eu um programa de rádio, no formato de debates, quando a pergunta de um repórter esportivo chamou-me à atenção: Porquê o Brasil não consegue formar futebolistas de destaque e Colômbia, Equador e Uruguai, países de população muito menor que a brasileira, forjam notáveis talentos na América do Sul. Realmente, à primeira vista, parece inexplicável. Tenho refletido sobre o assunto, e vou me atrever a relacionar razões fundamentais para justificar o aparente paradoxo. Sem mais delongas, o motivo está na política de formação de jovens nas categorias de base dos clubes. Os meninos são selecionados por princípios biométricos, altura, musculatura, peso, velocidade e outros atributos atléticos. Para exemplificar: goleiros devem ser magros e compridos. Claro, todo mundo tem que ser volante, correr e desfazer jogadas, é o futebol competitivo, as torcidas adoram.  Há muita pressa, novos jogadores devem ser rapidamente lançados no mercado, afinal, são mercadorias potencialmente muito lucrativas. No arquétipo do indivíduo em preparação não há, no modelo mental, espaço para desenvolver amor ao clube, o importante é triunfar como profissional. Desta forma, são desprezados valores etéreos importantes no desenvolvimento do caráter. Formados, sem dar espaço á criatividade e habilidade, perdendo o conceito do individual, desprovido da gana amadorística, os clubes brasileiros despejam nos gramados uma multidão de medíocres, que praticam, cada vez mais, o futebol difícil e tedioso. E, refletindo o atual momento histórico da nossa civilização, criam incompetentes presunçosos, marca clara duma decadência, na qual a seleção nacional acumula vexames inacreditáveis. Pobre futebol brasileiro.

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