Brasil, e agora?
Enquanto não for entendido que um país se
constrói com estratégias, o Brasil viverá de espasmos comandados pelo mercado
global. E pior, trilhará a permanente instabilidade trazida pela corrupção e injustiça
social, num ambiente propicio aos demagogos e oportunistas de plantão. Breves
linhas, as escrevo, para chamar atenção sobre o instante histórico pelo qual passa
a nação brasileira, onde chega às ruas parte da iniquidade do sistema condutor
do país há décadas. Muito ainda virá. Dizem: da crise vem a oportunidade, pois
então esta pode ser a chance para pensar a estrutura, socioeconômica, da
civilização brasileira. Ao olhar as páginas do passado, é fácil notar, desde
1500 este país colossal se tem mantido através da constante exploração das
possibilidades da Natureza local. Foram ciclos de mera retirada das dádivas
naturais, Pau-Brasil, cana de açúcar, ouro e diamantes, café e soja. Neste
compasso, cinco séculos passaram, sem que uma consistente capacidade de agregar
valores à produção primária se estabelecesse, sem a possibilidade da população
conseguir avançar através da educação. Diante de um povo despreparado em
conhecimento e uma economia sem fluidez por falta de infraestrutura, a produção
de riqueza pela sociedade, manteve-se atrelada à venda de comodites para o
exterior. Daí resulta, o Estado inchado e empregador, necessariamente
subordinado ao sistema financista global e às megacorporações
industriais-comerciais. Emerge, assim, como solução interna, o socialismo assistencialista,
bancado por interesses exógenos. O
Brasil escreve sua História como almoxarifado dos negócios globais. A economia
brasileira é um joguete instável e imprevisível, portanto. Os brasileiros vivem o cotidiano desta
instabilidade, num cenário de salve-se quem puder. Agora, não basta a óbvia
troca de governo. Urge ir além. Verificar porquê o Brasil não é o que deveria
ser. Consolidar a nação. Não sendo assim, o destino é continuar assistindo
televisão e tomando cerveja. Ad infinitum.
Nenhum comentário :
Postar um comentário