domingo, 18 de setembro de 2016

Brasil, e agora?

Enquanto não for entendido que um país se constrói com estratégias, o Brasil viverá de espasmos comandados pelo mercado global. E pior, trilhará a permanente instabilidade trazida pela corrupção e injustiça social, num ambiente propicio aos demagogos e oportunistas de plantão. Breves linhas, as escrevo, para chamar atenção sobre o instante histórico pelo qual passa a nação brasileira, onde chega às ruas parte da iniquidade do sistema condutor do país há décadas. Muito ainda virá. Dizem: da crise vem a oportunidade, pois então esta pode ser a chance para pensar a estrutura, socioeconômica, da civilização brasileira. Ao olhar as páginas do passado, é fácil notar, desde 1500 este país colossal se tem mantido através da constante exploração das possibilidades da Natureza local. Foram ciclos de mera retirada das dádivas naturais, Pau-Brasil, cana de açúcar, ouro e diamantes, café e soja. Neste compasso, cinco séculos passaram, sem que uma consistente capacidade de agregar valores à produção primária se estabelecesse, sem a possibilidade da população conseguir avançar através da educação. Diante de um povo despreparado em conhecimento e uma economia sem fluidez por falta de infraestrutura, a produção de riqueza pela sociedade, manteve-se atrelada à venda de comodites para o exterior. Daí resulta, o Estado inchado e empregador, necessariamente subordinado ao sistema financista global e às megacorporações industriais-comerciais. Emerge, assim, como solução interna, o socialismo assistencialista, bancado por interesses exógenos.  O Brasil escreve sua História como almoxarifado dos negócios globais. A economia brasileira é um joguete instável e imprevisível, portanto.  Os brasileiros vivem o cotidiano desta instabilidade, num cenário de salve-se quem puder. Agora, não basta a óbvia troca de governo. Urge ir além. Verificar porquê o Brasil não é o que deveria ser. Consolidar a nação. Não sendo assim, o destino é continuar assistindo televisão e tomando cerveja. Ad infinitum.  




Nenhum comentário :

Postar um comentário