Durante a celebração da semana Farroupilha, minha
filha chegou em casa com o arzinho de indignação e, do alto dos seus treze
aninhos, me falou: A professora disse que o nosso hino (rio-grandense) despreza
a cultura africana. Hein? Perguntei, porquê.
Ah! o hino diz que povo sem virtude acaba por ser escravo, mas que entre os
escravos havia muita sabedoria e honra. Continuou a menina, tive vontade de dizer que a
expressão escravo, na letra, não se refere à condição de servir um senhor, na
verdade, a virtude deve nos afastar dos nossos vícios e medos,eles é que nos escravizam.
E tem mais, a professora perguntou quais são as façanhas que os Farrapos
realizaram para servir de modelo a toda terra? Eu sei qual é pai, oferecer a
própria vida pelo ideal que acreditavam. –Estes pensamentos, falaste pra ela? Perguntei.
Não, tu sabes que sou tímida, mas da próxima vez, juro, eu digo. Muito bem,
respondi, e a abracei com sentido orgulho.

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