segunda-feira, 31 de outubro de 2016

As lições escondidas das eleições municipais de 2016


Concluído o processo das eleições municipais de 2016, sinais indicam lições a serem aprendidas. É com certa perplexidade, que ao ouvir análises de cientistas políticos ou acessar meios de comunicação de massa, pontos essenciais parecem estar sendo, propositadamente ou não, ignorados. Os analistas do mundo político, dizem ser normal 40% dos eleitores aptos, não manifestarem interesse em participar ativamente no processo de votação. Argumentam que o sufrágio universal obrigatório acarreta grande número de votos em branco, nulos e absenteísmo. Esquecem, entretanto, de contextualizar. Aí então, verifica-se que a não participação quase dobrou, se considerarmos as eleições de 2000 e 2016.  Chama à atenção a insistência dos doutos na ciência política, em comparar crescimento de partidos, sem reconhecer serem estas organizações, nos tempos atuais, mera formalidade, pois quadros políticos trocam de sigla constantemente e, as ideologias são todas muito similares. O fato relevante a este respeito, é o perfil dos candidatos eleitos nas grandes cidades brasileiras, fizeram-no sem utilizar uma plataforma de apoio construída sobre bases poderosas dos grandes partidos. Porto Alegre, Marchezan, deputado combativo e arrojado, concorreu por um PSDB rachado e minúsculo na cidade, -Curitiba, Greca, intelectual e urbanista, era candidato do PMN, - São Paulo, Dória no PSDB apresentou-se como empresário não político,- Rio de Janeiro, Crivella(PRB) aparece como candidato de costumes religiosos,- Salvador, Magalhães Neto(DEM) usa a força do carisma familiar,- Belo Horizonte, Kalil (PHS) é dirigente de grande clube de futebol. A vitória nas urnas, destes candidatos, veio através do carisma pessoal, nada a ver com ideologias programáticas. Para concluir, há um tema importante, já batido mas importante, trata-se das pesquisas de opinião desenvolvidas pelos institutos especializados, é muito erro. O que permite a dúvida: Erros de critério ou intenção? O gran finale do processo eleitoral, é ver a mídia dominante tratando-o de forma competitiva entre bandeiras partidárias, sensacionalista quando possível, e fazendo crer que cavalheirescamente trabalha para consolidar uma democracia com 35 anos. Labor dispensável, depois de tanto tempo. Ora, convenhamos, a mensagem das urnas é: a ´confiança na condução política no Brasil desaba lentamente, e com ela, a crença nos partidos, O povo, indignado com tanta desconsideração, aposta na anti-política. Agora, é acreditar r nos indivíduos, e que eles possam representar a insatisfação geral. Não com a ideia de novos heróis, senão que, como lideres interessados no bem comum. Alguém, capaz de interromper o projeto de dominação dos pretensos deuses da casta política sobre os humanos   

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