Morte
de Dna Magda Renner, Movimento Ambientalista e Verdade Histórica Desconhecida
Dia
11 de outubro próximo, morreu Dna Magda Renner, a última ainda viva, de um
grupo liderado por José Lutzemberger, criadores conceitualmente idealistas que iniciaram,
no Brasil, um movimento ecologista politicamente influente. Notáveis, fundadores
da AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) organização cuja
bandeira de resistência à destruição ambiental, levou à pauta do debate público,
a questão ecológica. Foram homens e mulheres idealistas e, como tal, dignos de
admiração e respeito. Contudo, chama à atenção, o fenômeno do rápido alcance do
movimento na repercussão junto à sociedade brasileira. Neste mote, quero
escrever algumas rápidas linhas, para bem da verdade e reflexão. Nos anos 1970,
o Brasil estava no auge do regime Militar, o slogan de propaganda era: Ninguém
segura esse País. Havia descontrolada urbanização,
industrialização acelerada, implantação da agricultura intensiva e mecanizada. Tais
condições, criavam o cenário para transmutação ambiental de larga escala.
Diante de tamanho impacto, era de se esperar o surgimento de justa resistência
ao processo que se realizava no Brasil daqueles tempos. Na área da vida política,
a oposição não encontrava espaço para manifestar-se, estando completamente sem
respaldo ideológico junto ao tecido social. Calada, sem condições de levantar
bandeiras, mas ainda com capacidade de articular ações, a oposição, notadamente
aquela que poderia ser chamada esquerda socialista, encontrou a brecha que
precisava para colocar na mídia e nas ruas a contestação ao regime Militar.
Afinal, se sua doutrina não encontrava eco junto à população, despontou-lhe
outra trilha. Nem sempre o melhor caminho é o mais direto. O choque de agressão
à Natureza impressionava imensa parte da gente brasileira e poderia fazer com
que ela questionasse a situação social-política e ambiental no Brasil. Se os
governantes, sob a alegação de diminuir a pobreza, permitiam derrubada de
florestas, envenenamento de rios, poluição do ar, utilização de venenos na agricultura,
sem o conhecimento e consentimento da população, haveria um dar-se conta de que
existia um regime ditatorial no País. A partir daí, viria a perspectiva de dar
voz aos que se opunham ao Governo. E, assim, foi estabelecida a tática. O ponto de referência, seria a destruição
ambiental claramente visível no Brasil, e denunciá-la, através do movimento ambientalista,
seria o cavalo de batalha das forças oposicionistas ao Regime. A catapulta para empreender ataque ao governo
daqueles dias. Os meios de comunicação de massas foram as armas utilizadas para
empreender tal conceito de ação. Programas e novelas de televisão, matérias em
jornais e rádios, abordavam sistematicamente, o assunto da destruição do
ambiente Natural. Desta forma, a luta
ecologista, no Brasil, encontrou grande respaldo até o epilogo do governo de
1964. Encerrado o período do regime de exceção (Exceção do quê?), partidos
políticos e Organizações Não Governamentais (instituições globalistas, supra estatais),
assumiram o controle e a orientação do trato da ecologia do Brasil. Resultaram
leis, órgãos públicos e estudos acadêmicos sobre o assunto. A percepção das
riquezas naturais e seu manejo sustentável caiu na rede da burocracia. Travado o movimento ambientalista pelas
esferas institucionais, tem-se aqui na terra brasileira, até os dias de hoje,
florestas sendo desbaratadas, rios em continua contaminação, uso recorde de
agrotóxicos e, ultimamente, estamos a colher a maior safra agrícola de
organismos transgênicos da Terra. O Movimento Ecologista e suas razões, assumiu
o papel de coadjuvante no complexo jogo de interesses políticos e econômicos.
Politicamente, é conduzido por projetos de poder pessoais num carreirismo abominável,
economicamente está sob o domínio daqueles que distribuem verbas às
Organizações Não Governamentais. Definha inapelavelmente. Será lembrado com veemência ou esquecido, de
acordo com o momento histórico. Condição que os pioneiros idealistas da sua
fundação jamais desejariam.
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