Fenômenos
estranhos e a água que bebemos.
O editorial de14/08 do Jornal do Comércio
enfocou um fenômeno na Natureza e o consequente desdobramento do mesmo em Porto
Alegre. Infelizmente, tal movimento físico no ambiente passou, sem a devida
significância, nos meios de comunicação de massa. Refiro-me ao recuo de mais de
70 metros das águas oceânicas no litoral sul brasileiro e uruguaio, numa faixa
de quase 3000 km. Este megaevento foi justificado pela ação do vento. Eu,-
engenheiro, físico e ecólogo-, ainda não concebi uma explicação plausível e
completa, mas, não posso aceitar o argumento simplista da mera ação dos ventos.
Convenhamos, a energia necessária para movimentar a massa d’água de, grosso
modo, mais de 200 milhões de M3 não pode ter origem apenas no fluxo do ar. A
verdade virá à tona em algum momento. Aguardemos. Quanto ao desdobramento do
acontecido, com o recuo das águas do estuário Guaíba, mostrou, como bem diz a
matéria, a irresponsabilidade e o desinteresse da população pelas aguas que
abençoam a capital. Toneladas de lixo foram postas a olho nu, resíduos do cotidiano
doméstico e pessoal. Visão horrenda. Contudo, tome-se em conta, esta é a ponta
do iceberg da agressão às águas do estuário. O cenário triste dos trastes
submersos no Guaíba mostra a poluição física das águas do manancial, talvez a
menos nociva para a saúde da população e menos agressiva à vida nas suas águas.
Há uma poluição contaminante invisível, mais patogênica e difícil de ser
sanada, na forma biológica (esgotos), química (efluentes industriais),
bioquímica (insumos agrícolas) ela penetra na vida da população. Por favor, não
quero ser alarmista nem pessimista, mas a solução para vivermos, de forma
equilibrada com o ambiente Natural que nos mantem, só virá a partir da consciência
dos graves problemas que nos assolam. É o mínimo esperado de uma civilização tecnológica
cujo poder alcança a capacidade de interferir na ecologia do planeta que a
sustenta. Afinal, a Terra é a nossa casa e é do Guaíba a agua que bebemos. Urbi
et orbi.
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