O investimento privado estruturante no Brasil atual é
processo que perpassa duas décadas. Ele, agora, se aprofunda, diante da
tremenda crise econômica, entre outras, pela qual passa o País. Surgem, com
muita força, propostas de privatização, terceirização e parcerias público-privadas
para viabilizar a sociedade brasileira. Antes de tudo, deve ser dito que é
histórica a participação do capital particular no desenvolvimento econômico destas
terras. Em 1503 o Brasil foi arrendado a Jacob Fugger, mercador Europeu, cuja intenção
era explorar o negócio do Pau-Brasil e, em troca, demarcar terras e pagar um
percentual nos lucros. As capitanias foram parceria entre o Rei e a nobreza
para colonizar e, principalmente, desenvolver a produção de açúcar. O tráfico
de escravos foi iniciativa privada para possibilitar o plantio dos canaviais.
Ainda na colônia, construir estradas para escoar o ouro, era iniciativa público-privada.
Estes fatos históricos sugerem um modelo muitas vezes utilizado para
estabelecer a civilização brasileira. Houve acertos e erros. O conceito estatizante
chegou aqui em 1808 com o desembarque, no Rio de Janeiro, de D. João VI e a corte
portuguesa. Revigorou-se com a revolução de 1930. A partir daí, o Estado foi inchado
e serviu ao patrimonialismo de oligarquias. Neste cenário, constrói-se um país
onde o desenvolvimento socioeconômico ficou muito aquém do desejado. Hoje, com
o Estado quase insolvente, levantam-se os arautos- das privatizações e
arrendamento, das parcerias entre o Estado e a iniciativa privada-, como única
possibilidade para empresas e empreendimentos estratégicos conseguirem prosperar.
Ora, num momento difícil como passa o Brasil, as condições de tais acordos,
seguramente, serão desfavoráveis aos interesses do País. Prejudiciais à gente
brasileira. Portanto, cautela, pois na tentativa de escapar do Estado opressor
e ineficiente, acabaremos enredados nos interesses das corporações globalistas.
Não há vantagem sair da frigideira pra cair no fogo.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
A
tragédia em Las Vegas
Quase 70 mortos e 500 feridos, este foi o trágico saldo na
horrenda chacina em Las Vegas. A cidade construída no deserto para divertir
visitantes, ironicamente, transformou-se no palco ensanguentado da brutalidade louca
que pode atingir o homem. O estúpido
acontecimento, lembra que a existência jaz no caminho do imprevisível. Na
cidade da fantasia a lembrança da vida crua, incontrolável e, muitas vezes,
dolorosa. A civilização da indiferença onde tudo é banal e todos são vistos
como coisas disponíveis à egolatria, à mercê, portanto, das demências sombrias
que habitam a alma humana. Sem amor, sem
respeito, sem remorso. Numa sociedade assim moldada, não surpreende a postura
de grupos de interesse no desarmamento dos cidadãos, que indiferentes ao
sofrimento da agressão, enxerguem possibilidade para, através da mídia, com
oportunismo exemplar, lançar e reforçar campanha contra a posse de armas, nos
EUA e no mundo. Aproveitando o ensejo
para, também, atingir com a insidia da culpa, o governo de Donald Trump. A este
proceder, pode-se chamar maldade cínica. Hipócritas. Há uma espiral de violência entre nós. O
Brasil é o exemplo cabal desta realidade com 60 mil homicídios por ano, milhares
de desaparecidos, mal tratos á crianças, velhos, animais. Ah! Mas, esta abordagem não merece reflexões.
Quem observar, criteriosamente, o assunto concluirá que o perigo está na mente
e no coração do homem, não nas armas. Combater a violência passa por estribar a
sociedade na educação, no conhecimento e nos valores do espirito. Proibir posse
de arma aos cidadãos não reduzirá a violência.
Ao contrário, provavelmente, a fará crescer. Porém, manter o estado de
violência, instigando o medo, servirá de álibi para alcançar o objetivo do completo
desarme das gentes. Quando chegar tal etapa, o poder do Estado e das
megacorporações dará um passo definitivo para o total controle sobre a população.
As vidas perdidas neste processo de dominação serão as dos mártires lembrados
com lágrimas e flores.
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