O investimento privado estruturante no Brasil atual é
processo que perpassa duas décadas. Ele, agora, se aprofunda, diante da
tremenda crise econômica, entre outras, pela qual passa o País. Surgem, com
muita força, propostas de privatização, terceirização e parcerias público-privadas
para viabilizar a sociedade brasileira. Antes de tudo, deve ser dito que é
histórica a participação do capital particular no desenvolvimento econômico destas
terras. Em 1503 o Brasil foi arrendado a Jacob Fugger, mercador Europeu, cuja intenção
era explorar o negócio do Pau-Brasil e, em troca, demarcar terras e pagar um
percentual nos lucros. As capitanias foram parceria entre o Rei e a nobreza
para colonizar e, principalmente, desenvolver a produção de açúcar. O tráfico
de escravos foi iniciativa privada para possibilitar o plantio dos canaviais.
Ainda na colônia, construir estradas para escoar o ouro, era iniciativa público-privada.
Estes fatos históricos sugerem um modelo muitas vezes utilizado para
estabelecer a civilização brasileira. Houve acertos e erros. O conceito estatizante
chegou aqui em 1808 com o desembarque, no Rio de Janeiro, de D. João VI e a corte
portuguesa. Revigorou-se com a revolução de 1930. A partir daí, o Estado foi inchado
e serviu ao patrimonialismo de oligarquias. Neste cenário, constrói-se um país
onde o desenvolvimento socioeconômico ficou muito aquém do desejado. Hoje, com
o Estado quase insolvente, levantam-se os arautos- das privatizações e
arrendamento, das parcerias entre o Estado e a iniciativa privada-, como única
possibilidade para empresas e empreendimentos estratégicos conseguirem prosperar.
Ora, num momento difícil como passa o Brasil, as condições de tais acordos,
seguramente, serão desfavoráveis aos interesses do País. Prejudiciais à gente
brasileira. Portanto, cautela, pois na tentativa de escapar do Estado opressor
e ineficiente, acabaremos enredados nos interesses das corporações globalistas.
Não há vantagem sair da frigideira pra cair no fogo.
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