A greve dos caminhoneiros e a estratégia de mobilidade.
O povo
brasileiro está incapacitado para raciocinar analítica e sinteticamente, por
isso, não percebe a realidade onde está mergulhado. Foi programado assim. Seria
bom que a gente brasílica, diante da paralização dos caminhoneiros, não ficasse
preocupada unicamente com a falta de gasolina, o pãozinho do supermercado ou a
viajem de fim de semana. Oh, tragédia! Diante da cena que vivemos neste maio
poderia pensar por que não há uma malha Ferroviária no país e, seguindo adiante
na reflexão, por que nestas terras onde se localizam as maiores bacias
hidrográficas do planeta, praticamente inexistam hidrovias. O litoral com 8500
km de costa não é usado para navegação de cabotagem e os portos são utilizados
apenas como feitorias para exportar produtos primários. Nem sempre foi assim.
Quando findou o Império havia 11000 km de ferrovias em operação e 9000 km
projetados. A navegação costeira servia ao transporte de cargas e pessoas. Quem
nunca ouviu falar nos navios Ita...(peguei um Ita no Norte, diz a música). Os
rios, que historicamente ampliaram o território, e por
características físicas assemelham-se a uma estrada que anda, transportavam produtos pelo interland. O trem e o
barco eram maneiras ecologicamente adequadas à geomorfologia e de baixo consumo
de energia. A roda do tempo não pára, eu
sei. O modal rodoviário se desenvolveu e o aeroviário surgiu. Ao invés de
estrategicamente conectar os quatro modais para uma maior eficiência e
eficácia, a decisão foi acabar com as ferrovias e o transporte nas águas
internas e de cabotagem. O rodoviarismo, calcado numa energia motriz que não possuíamos, agigantou-se, causando grande custo ambiental e estrangulando o fluxo da mobilidade,
criando a dependência que agora sentimos. Pergunto: Quem decidiu esta estranha
estratégia de transporte? Sem receio de errar, afirmo que quem a definiu
não pensou no Brasil, pensou em lesá-lo. O Brasil é um país exógeno, serve e é
governado por interesses alienígenas. E agora, José?
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