Nós que aqui
estamos por vós esperamos
Jair Bolsonaro, não é o primeiro fenômeno político do tipo,
no Brasil. Antes dele, houve Jânio Quadros. Ambos, candidatos sem financiamento
de grupos econômicos, sem apoio partidário, sem pertencer à dinastias políticas,
sem apoio midiático. Quando faltam tais predicados, relacionados como
pré-requisitos para garantir uma eleição, a derrota nas urnas é certa. Contudo,
Jânio venceu e Bolsonaro vencerá. E vencerá, porque representa a esperança de
romper o sistema opressor. Sistema estruturado sob à égide da democracia,
simbolicamente representada por partidos políticos corruptos e montada pelo
poder financeiro que a manipula através da tecno-burocracia Estatal. Debaixo da
lona deste circo, o indivíduo é aprisionado retirando-se lhe, sub-repticiamente,
a capacidade de intervir nos desígnios da sua própria vida. Parece pensamento
muito profundo e, reconheço, o homem das ruas não dispõe de muita clareza, mas,
por outro lado, possui tremenda sensibilidade para perceber a realidade. Desta
forma, a multidão, apesar de submetida à técnicas de alienação em massa, guarda
revolta contra um mundo que a transforma em gado. A nação dos oprimidos, sem
saída no jogo de poder, aguarda a improvável e raríssima possibilidade de
alterar sua condição. Nós que aqui estamos por vós esperamos. Então, quando
surge alguém diferente do convencional, com carisma, coragem e capacidade de se
comunicar em larga escala, bem, o povo arriscará. Mesmo que, muitos poderosos
não queiram. Sobre tais líderes carismáticos, cai todo tipo de acusação. Louco
e bêbado para Jânio Quadros. Homofóbico, machista, fascista para Jair
Bolsonaro. Curiosamente, nunca chamados de ladrões. É para pensar. Sorte,
quando as pessoas preferem o risco ao invés de viver, inexoravelmente, escravo
cada vez mais cativo. O governo de Jânio Quadros acabou como tragédia. Valeu a
tentativa, que como ele disse: não vingou porque forças ocultas o derrubaram.
Agora, com Jair Bolsonaro, acontece a segunda tentativa, não é possível prever no
quê resultará. Ele será eleito para alimentar a determinação de um povo cuja
alma ainda não se submeteu à escravidão. Pois, quando isso acontece, diz um
antigo adágio: É mil vezes mais fácil aprisionar um homem livre do que libertar
a alma de um escravo.
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