Ecologia, canudinho plástico e legislação.
A compreensão do ambiente onde vive é, para o homem, tema de
fascínio e reflexão. Os antigos Gregos buscavam filosoficamente tal sentido, há
2500 anos. Mas, foi após a 2ª guerra mundial que a civilização humana teve em
suas mãos a capacidade tecnológica de impactar de forma chocante a ecologia
terrestre. Rachel Carson em seu livro “A Primavera Silenciosa (1964) e Vance Packard –“ A Estratégia do Desperdício” (
1965) registram intelectualmente este
choque. Os produtos químicos lançados na Natureza e a sociedade do consumo
crescente e descartável modificaram de maneira devastadora a relação Ser
Humano-Ambiente. O Brasil, pais continente de riquezas naturais imensas e
sociedade com modernas tecnologias disponíveis, encontra-se na linha de frente para
enfrentar o desafio da moderna Esfinge: encontrar a equação que sustente, em
equilíbrio, ambiente natural preservado e interesses econômicos representados
pela produção industrial e agrícola. Pois bem, ao invés do pensamento
estratégico, a gestão de governo do Brasil está ocupada em banir o canudinho plástico.
Sim, aquele mesmo das festinhas infantis e dos refrigerantes bebidos em lanchonetes.
Claro, cada detalhe é importante e faz diferença, contudo, tramitam ou já foram
aprovados no congresso em Brasília projetos de alto impacto sanitário e político.
Reparem, agora é lei, produtos que contenham elementos transgênicos na sua
composição não precisam rotulagem, o que é, no mínimo, falta de transparência
no consumo alimentar dos cidadãos. Antidemocrático sem dúvida. Continuem
prestando atenção, pois está tramitando projeto de lei para facilitar o uso de
agrotóxicos no País, dispensando análises mais apuradas de suas características
e consequências e, como gran finale, há um projeto de lei no sentido de
burocratizar e dificultar a comercialização de produtos de origem orgânica.
Como de hábito, tais projetos são apresentados sob capa de avanço legal para
aumentar a capacidade produtiva alimentar e dar segurança aos consumidores
finais. A Verdade contudo está muito distante, a Verdade é que se procura
entregar nas mãos das grandes corporações da agroindústria a capacidade de
controlar a alimentação da humanidade. Poder e dinheiro. E o Brasil é o País
laboratório. Alô, alô. Testando.
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