O quê acontece com
o Futebol Brasileiro
Há 40 anos, as crianças jogavam bola nas ruas e o futebol de
várzea reunia gente de todas as classes sociais em muitíssimos times amadores e
torcedores. O mundo mudou, mudou o Brasil e as ruas foram ocupadas por carros e
malfeitores, os campos de várzea desapareceram pela ocupação imobiliária, acontecimentos
decisivos para redirecionar o esporte bretão nas terras brasilis. A habilidade
natural com a bola, desenvolvida na liberdade das peladas e a consequente alegria
de brincar no esporte desapareceram, acabou a integração de jovens em condições
sociais dispares, já que a prática do jogo foi condicionada à escolinhas e
categorias de base dos grandes clubes ou empresas formadoras de jovens atletas.
E foi isso, o Futebol perdeu o lúdico e virou negócio. O globalismo tornou-o
uma área de investimentos e lavagem de dinheiro. Neste espaço, muita gente
ganha dinheiro e prestigio, entre elas, os futebolistas profissionais, carreira
sonhada e fantasiada por meninos pobres sem outra saída para o destino duma
vida financeira precária. Perspectiva cruel, onde o resultado pretendido só é
alcançado por reduzida minoria. Tal realidade na sociedade brasileira, fez com
que a nossa prática futebolística perdesse a intelegêntia e a habilidade física, predicados substituídos pelas
táticas exigidas na época errada de formação, o preparo físico, a ofuscante ambição
de ganhar dinheiro e holofotes Assim,
num ambiente assentado sobre estes valores e, envolvido por mitos criados por uma mídia esportiva conivente com a
situação e moldada no politicamente correto, o resultado não poderia ser outro:
o futebol brasileiro mediocrizou-se, tonando-se apenas mais um no picadeiro do
circo Global. Portanto, quando sofremos
reveses acachapantes, buscar as razões nos erros do treinador, performances
ruins deste ou daquele atleta, não passa de elucubração estéril cuja resultante é criar mais e mais entretenimentos
no show.
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