sexta-feira, 29 de março de 2019


Resultado de imagem para fotos da marcha pela familia 1964 1964 / 31 de março.
 Golpe ou ontragolpe ?

Queria ficar quieto, mas diante de tanta opinião e informação desqualificada, sinto-me impelido a narrar, em breves linhas, o que vivi e aprendi sobre o movimento militar de 1964. Para começar, um pouco de História desconhecida pela gente brasileira. O mundo político do Brasil no século XX, foi escrito pelas instituições militares.  Foram eles – os militares- que impregnados pela doutrina Positivista de Augusto Comte, idealizaram modernizar o País, dando uma nova face à República. E, para isso, era mister acabar com a corrupção, acabar com as oligarquias regionais, aprimorar a democracia eliminando fraudes e fazer o País entrar na esfera do progresso industrial. Assim norteados, os militares, desde 1922  (levante do Forte  de Copacabana e Realengo),- 1924 (Levante militar dos tenentes e polícia militar em São Paulo), -1925 Marcha da coluna  tenentista revolucionária no Rio Grande do Sul, posteriormente  denominada coluna Prestes, -1930 revolução liberal, -1945 fim da ditadura Vargas, 1954 crise do suicídio de Vargas,1961 crise da legalidade e , como epilogo do processo, o movimento de 1964 ,o qual, marcou o fim das intervenções moderadoras, assumindo um novo paradigma onde os militares iriam governar. Até então, derrubavam um presidente  mas não ocupavam o poder, evitando transformar o Brasil numa republiqueta de quarteladas. O ano de !964 foi diferente, marcou o fim da crença, por parte da organização militar, nas instituições político-partidárias brasileiras. Tudo começou com a renúncia do presidente eleito Jânio Quadros em 1961.A consequência constitucional seria a condução do vice-presidente João Goulart.ao cargo supremo do Poder Executivo. Ora, na época, a eleição para presidente e para vice eram independentes. Jânio havia sido o candidato conservador eleito e João Goulart era candidato trabalhista, ex-ministro de Getúlio Vargas. Aqui, é importante estar atento às táticas usadas pela ideologia Marxista. Os comunistas, a fim de angariar apoio popular, oportunisticamente, haviam, então, aproximado a figura de Getúlio Vargas - de fato, ligado ao fascismo e ao trabalhismo -, aos ideais socialistas e comunistas. Nada mais falso, Getúlio era profundamente anticomunista. O oportunismo sempre foi uma clássica maneira de agir dos comunistas. Nos anos 1930, tinham, através da máquina de propaganda, transformado a marcha da coluna tenentista revolucionária, que cruzou o país por 3 anos, numa ação revolucionária comunista, o que sempre esteve léguas da verdade. A marcha existiu no sentido de derrubar a velha república ditatorial. Não havendo nunca, entre os bravos da coluna, alguém que ao menos soubesse o que era comunismo. A doutrinação de Prestes aconteceu na Argentina, depois da marcha haver chegado ao final e seus componentes dispersados. Mas, nesta jogada, os comunistas conseguiram um líder (o cavaleiro da esperança) para martirizar e transformar em mito. Sempre o faz-de-contas na intenção de manipular a multidão.  Oportunismo, foi assim que aproveitando a crise institucional de 1961, sob o argumento de Legalidade constitucional trabalharam para levar João Goulart à presidência. Impasse, pois os comandos militares, vislumbrando a manobra que se urdia, =tornar João Goulart presidente, usando-o como testa de ferro útil para fazer reformas  e num instante seguinte derrubá-lo da presidência-, recusaram acatar a letra da constituição que fora escrita na perspectiva de um regime presidencialista. Para solucionar o impasse, os generais acordaram com os caciques políticos, a substituição do regime presidencialista pelo parlamentarista. Um ano depois foram traídos pois as raposas politicas convocaram plebiscito e restabeleceram o presidencialismo (não se faz acordo de cavalheiros quando não se está entre cavalheiros). Todo o cenário estava pronto. João Goulart jamais teve compromisso com o comunismo, mas, os comunistas, com a bandeira das reformas de base por ele empunhada, avançaram politicamente.  O plano era conduzir o presidente até que chegasse o momento de destitui-lo, de forma pacífica ou violenta, e instaurar o regime comunista no Brasil.  E, entre dúvidas e vacilo  o comando militar –ciente da ameaça-, reagiu.  Os militares executaram um contragolpe, apoiados massivamente pela população. No xadrez da política, a inteligência militar moveu a peça que impediu o golpe comunista elaborado no campo dos interesses geopolíticos internacionais e apoiado nos gabinetes partidários nacionais, imprensa, quadros administrativos públicos, sindicatos e grupos infiltrados nos quartéis.  Vencer tamanha estrutura só foi possível pelo imenso apoio popular sempre avesso a regimes totalitários. A data de 31 de março é um marco histórico decisivo na civilização brasileira, e que  não será julgado por nenhum interesse da hora.    

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