O míssil, o General e o Terror

O Terror sempre foi instrumento para impor
domínio, individual ou coletivo. É doença da alma humana. No decorrer do século
XX, ele transformou-se em arma geopolítica, notadamente após a criação do
Estado de Israel. O estado Hebreu, fundado em 1948, estabeleceu-se numa área da
Palestina ocupada por árabes, e, a bem da verdade, uma região geográfica
milenarmente ligada aos judeus, que nela levantaram sua nação. À época (1948), lá viviam não mais do que 2
milhões de Palestinos. É compreensível a revolta deste povo, morador daquelas
terras, que, embora sob a tutela Britânica, as tinha como lar. Feitos
refugiados da nova ordem. Porém, convenhamos, tais pessoas poderiam ser
facilmente reinseridas, com suas riquezas e costumes, pelos numerosos países
árabes vizinhos e por Israel. Interesses obscuros não permitiram que isso
acontecesse, ao invés do caminho lógico lançaram o Oriente Médio na trilha da
guerra. A razão? Sob o solo árido das arábias existem 70 % das reservas de
petróleo do planeta. Nunca mais houve Paz na região. Três guerras os países Árabes
desfecharam contra Israel Em vão, Israel venceu-as incondicionalmente. Diante
da impossibilidade de vitória militar no confronto convencional, surgiram, a
partir dos anos 1970, organizações muçulmanas, ainda que com divergências entre
si, ligadas pelo Islã e dispostas a usar, como tática de guerra, o Terror.
Assim, o terrorismo se lança contra Israel, EUA -aliado indefectível- e os ´próprios
árabes. Com o passar do tempo, o terrorismo se espalhou por toda parte do Globo.
E, hodiernamente, alcançou um estágio onde o terror é financiado e organizado
por estados nacionais. O Irã é o mais cabal exemplo deste caso. O ataque dos
EUA, responsável pela morte do mais importante general do Irã, foi a tentativa
radical de dar término aos ataques terroristas organizados e concatenados sob o
comando de Qasen Soleimani. A escalada dos ataques perpetrados por grupos
títeres do governo Iraniano vinha aumentando de envergadura e consequências. A
postura meramente defensiva diante das agressões, teria de encontrar um fim, era
inexorável o dia do Basta, caso contrário, seria muito provável acontecer uma
ação com armas biológicas, químicas ou nucleares. Infelizmente, horríveis sacrifícios
impõem-se aos povos da região que sofrem as consequências da intransigência e
da cobiça, e a humanidade mergulha no medo, refém de um conflito que parece nunca
acabar. O ódio enlouquece.
José Maria Rodrigues de Vilhena
Engenheiro e consultor
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