Leis, Tribunais e Tirania
Os judeus acreditam na Lei que Deus lhes
outorgou, os muçulmanos creem na Lei que o profeta Maomé escreveu, os romanos
acreditavam na Lei elaborada pelo Senado. Impossível que Deus ou o maior dos
profetas ou a elite política da urbe, possa desejar outra coisa, ao seu povo, que
não seja o bem. Mas, e nós, homens contemporâneos,
será que alguém nos ama, em que lei acreditamos? Na Lei conduzida pela Igreja
Católica? Não, esta crença já se foi há muito tempo, levada pela pouca fé e
pela ciência. Nós acreditamos, agora, na democracia e república, não a
República que Platão ensinou e, tampouco, a Democracia praticada em Atenas. Democracia
e Republica, mantras da moderna sociedade ocidental cujo modelo foi formatado na revolução Francesa a partir da carta dos
direitos humanos. Liberdade, Fraternidade, Igualdade, sob esta bandeira, criou-se
a catapulta para lançar aos píncaros da soberba o modelo da sociedade hodierna
do ocidente. Num monumental equivoco – ou não- esta sociedade abriu as portas à
representação popular através do sufrágio universal. O voto, entregue a uma
população educacional e moralmente despreparada, abriu caminho para que
oportunistas incultos e mal-intencionados chegassem ao poder. A partir daí, uma
legião de psicopatas alçou-se ao comando da sociedade. Com tal tipo de gente no
comando, vieram as leis e tribunais incensados como incontestáveis. Vieram leis
e mais leis. Leis temporais, indutoras de intensões pessoais ou de grupos políticos, econômicos, sociais. Todo
o jogo passa despercebido à multidão distraída que, cada vez mais, torna-se
alheia e impotente diante de tribunais que julgam à tudo e a todos. Tribunais
criados por leis que chegam a presunção de chamá-los Supremos. Supremos, que
decidem como se deuses fossem. E a multidão, cabisbaixa, se submete. Homens se põem
de joelhos frente a outros homens, gerando uma tirania cruel, numa prática que
cabalmente exemplifica o milenar ensinamento da civilização Helênica na antiga
Grécia: “ Infeliz do homem que vive sob leis feitas por outro homem “. –Brasil, mostra tua cara!
JR Vilhena