domingo, 27 de março de 2022

  Ecologia, a linguagem sagrada


 Ecologia, a linguagem sagrada

Sim...Deus existe. E Ele não criou o Universo, Ele é imanente ao Universo. A presença Divina que se manifesta do micro ao macrocosmo  na mágica equação de conter e estar contido. Buscando tornar, tamanha mística, acessível ao senso comum, vale pensar no termo Ecologia como capaz de retratar a dimensão espiritual e material do universo. Vamos, pois, à raiz etimológica da palavra em questão. Do grego antigo: Oikos + Logos.  Oikos no significado de Casa e Logos no de Lógica. A palavra encerra, claramente, a ideia de “Lógica do Mundo” (funcionamento da casa). Ecologia, então, pode ser lida como Inteligência, com a qual, funciona a sinfonia da Vida. Quem deseja entender o mundo entre o céu e a terra, precisa estar ciente da energia sagrada que nele transita. Só assim é possível perceber a Existência profunda. Abre-se a visão do sublime e ela mostrará que o sol, a lua, as estrelas, a floresta, as aguas, a montanha e as planícies transcendem à mera significância material quantitativa, puramente física. Não. Há mais, muito mais. Antes de tudo, há um valor metafisico, simbólico. Tal transcendência faz toda a diferença quando se analisa a crise ecológica que angustia a humanidade. A mão humana forjou este drama no transcorrer dos séculos e o aprofunda através de civilizações espalhadas pelo planeta. A tragédia encerrada no drama não se limita à poluição e contaminação da terra, água e ar, afinal, para tais mazelas a ciência acena com o triste consolo de usar seus modelos para encontrar soluções ao problema, ainda que, sem ser clara quanto aos efeitos colaterais daí advindos. A degradação passa por outro elemento que a catalisa: o mal-estar existencial do homem moderno, cada vez mais afastado da sacralidade, embrutecido na ambição materialista e na psicótica sede de poder. Ensandecido, o homem cria armadilhas contra si próprio. Numa sociedade vazia e desnorteada, forças de domínio se articulam e, nos bastidores, clãs que controlam a economia e a burocracia estatal, propagandeiam estarem aflitos com a questão ecológica. Mentem, mentem, mentem. Usam a instintiva preocupação humana para com a Natureza como joguete no proselitismo político, espargindo medo e anunciando bondades. Mergulhado neste oceano de hipocrisia e desinformação, chegará o dia em que à humanidade só restará reagir e retomar à harmonia primordial do sagrado,ou, submeter-se ao “status quae” ateu e soberbo, que  coisificando tudo e todos, insiste em subjugar o sagrado guardado nos ecossistemas motrizes da energia vital. Que o Espirito Santo esteja conosco.

José de Vilhena                                                                                                                                      

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