sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Independência do Brasil, a História Oculta

 

Independência do Brasil, detalhes ocultos

Às margens do riacho Ipiranga na São Paulo antiga, num 7 de setembro da quase primavera de 1822, D. Pedro de Alcântara- príncipe regente do Brasil- bradou:-Independência ou morte. Para  viver este instante,muita História oculta transcorreu.  O grito de independência do Brasil, representou o epilogo dum período político do Império Português e foi desdobramento de acontecimentos da revolução Francesa (1789) que se espargia pelo Velho Continente, carregada pelos canhões dos exércitos do general e imperador francês, Napoleão Bonaparte. Este homem manejou a força militar, que a partir de 1796 na Europa, deu fim às monarquias absolutistas, exceção feita à Rússia. Em 1808, chegara a vez de cortar a cabeça do rei Português, então representado por D. João, príncipe regente. Não houve outra possibilidade à D João, senão retirar-se com sua corte para o Portugal de além-mar, o Brasil. Retirada, há anos planejada, na expectativa de fugar à nova ordem republicana que se impunha no velho mundo. Premido, o Império Português, pelos interesses ingleses e franceses, considerando mesmo a possibilidade do desaparecimento, D. João, cujo aspecto físico possuía ares de tolo, mas, na verdade, era monarca -inteligente, sagaz, cercado de bons conselheiros e bem informado-, equilibrou-se em negociações. Decidiu embarcar para o Brasil, na duodécima hora. Atravessou o oceano, na perspectiva de estabelecer em terras brasílicas a matriz do reino Lusitano.  A partir daí, conformou as bases estruturais, sobre as quais, o Brasil impulsionou inexorável desenvolvimento. Foi amado pelo povo e amava esta terra. O rei não pretendia retornar ao Portugal, governaria daqui. Testemunha tal intenção o fato de Napoleão, depois de cumprir a missão, a qual, as forças revolucionárias da Nova Ordem Republicana lhe haviam induzido, caiu em desgraça. Foi derrotado e isolado. Isto aconteceu no ano de 1816, e o então, já rei Português, D. João VI, só volta a Portugal em 1820. E retorna à Lisboa diante duma revolução liberal-republicana, que ameaçava a monarquia. Revolução  que entre seus propósitos escondia a estratégia de retirar a família Real das terras brasileiras. Nenhuma monarquia nas Américas seria admitida em tempos republicanos. Havia convicção de que o sistema monárquico na Europa estava com os dias contados. Portanto, afastar a família Real da geografia brasileira abririao caminho para fragmentar o território brasileiro, dando espaço à criação de repúblicas submetidas ao mando de eventuais aventureiros oportunistas. Assim aconteceu com os vice-reinos espanhóis na América. D. João VI e seus conselheiros entenderam a manobra no tabuleiro geopolítico arquitetado pelos interesses políticos/econômicos da alta burguesia europeia e posta em prática através da ideologia de poderosas sociedades secretas.  Diante da situação, D. João VI entende a premente necessidade de manter o comando monárquico no Brasil. Ele gostaria de ficar, nunca esqueceu sua vontade de permanecer nesta terra tropical, o idealizado imenso Portugal. Poderia enviar seu primogênito Pedro de Alcântara à Lisboa para assegurar a Coroa. Entretanto, o príncipe herdeiro era homem , por temperamento, pouco afeito à negociações políticas.  Pedro de Alcântara em Portugal seria a guerra civil. Por isso, à contragosto, embarca, ele, el Rei, a fim de apaziguar o país luso.  O Brasil, sem a presença do rei, transformou-se em terra fértil para ideias republicanas planificadas em círculos secretos, nacionais e europeus. Mais uma vez, D. João VI mostra capacidade visionária, e recomenda ao príncipe Pedro: ”Filho, lança mão desta coroa antes que algum aventureiro o faça”. Aos 7 de setembro de 1822, o Brasil postou-se no concerto das nações como um país soberano e monárquico, onde Pedro I, nosso rei guerreiro, tornou-se o imperador de um Brasil permanentemente assediado pelas mais sombrias ambições, ainda ativas após 200 anos. Mas, desvelar disputas e desdobramentos desta História é tema para outras páginas.

José de Vilhena

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