Olavo
de Carvalho, Epícuro e Eu

Tratou-se do maior filósofo brasileiro nos
últimos 30 anos, retroagindo a partir de sua morte em 2022. Sim, é a Olavo de
Carvalho que me refiro. O professor Olavo de Carvalho. Não foi com ele que
conheci os filósofos da Grécia Clássica, pois que, já os estudava há longo
tempo. Contudo, quando li o livro do
professor, -O Jardim das Aflições-, encontrei, através da análise do pensamento
filosófico de Epicuro insight para desvelar o comportamento
social do mundo hodierno. Numa brevíssima análise, é possível sintetizar a
filosofia Epicurista na idéia de que na existência humana, só a práxis importa,
ou seja, o materialmente tangível sobrepondo-se à busca da essência do existir. As aflições humanas devem ser enfrentadas
através da prática dos prazeres mundanos. Hedonismo. Uau! Mas esta é a perspectiva
sobre a qual a humanidade caminha, induzida pelo establishment. Establishment, sinônimo
suave do mecanismo oculto da Nova Ordem Mundial. Não é muito complicado
perceber que após à II Guerra Mundial, acelerou-se um processo de banalização e
deterioração das relações interpessoais, abrangendo aí, o indivíduo, o coletivo
e o meio. Ética, estética, amor, amizade, solidariedade, arte, senso de justiça
e outros sentimentos sublimes, pilares da humanidade iluminada pela
espiritualidade, caem um após o outro num efeito dominó, fechando portas da
consciência. Sem valores guiados no sentido da Vontade, nosso mundo molda-se para
que o caos se instale. Angústia e ansiedade se espalham, arrastando as gentes da
civilização oprimida. Neste ambiente de tantas aflições, a Nova Ordem Mundial, utiliza o Epicurismo
para formular a poção, quase imperceptível, que manipula corações e mentes da
multidão, conformando-a. Prazer rápido para enfrentar a dor. O faz em escala
global, veiculando a propaganda desta doutrina
na mídia escrita, radiofonizada,
televisada. Seja feliz, uhuu ! A
Terra em transe...suavemente. Neste domínio,
sub-repticiamente, abre espaço, divulga e, de forma subliminar, incentiva as massas
às drogas (licitas ou ilícitas), ao sexíssimo (qualquer forma de gozo vale a
pena), ao consumismo das quinquilharias tribalistas, as catarses grupais onde eventos
futebolísticos e shows pretensamente culturais se fazem passar por expressões
populares. Eis como homens e mulheres comuns, na vã esperança do não sofrer são
aprisionados passivamente no jardim das aflições, entregando o comando da
história à personagens de almas sombrias. Over dose de epicurismo para dopar a
humanidade. Ad eternam, talvez.
José de Vilhena
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