terça-feira, 31 de maio de 2016
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Para
entender o ministério da Cultura
O Brasil é o
país das superficialidades, aqui nunca é permitido entender os acontecimentos
com suas causas e consequências. Tudo está sempre conduzido por interesses
pontuais que se perdem no tempo depois de arreglados. O mundo brasileiro se
move através do espetáculo midiático, que por sua vez, encontra força motriz
nas manchetes da hora. É assim na economia, meio ambiente, politica, saúde, segurança,
educação e cultura. É caráter da civilização brasileira. O assunto momentoso é
a desmobilização do ministério da Cultura. Oh! Meu Deus! Que será do Brasil? É
o caos, pelo menos é a propaganda que um grupo de artistas (Será melhor dizer
trabalhadores da arte?), protegidos e com visibilidade, espalha, nos meios de
comunicação de massa, contra o governo recentemente assumido. Sobre a nova
administração da casa, colocam-lhe a pecha de trabalhar contra a cultura
nacional. Data vênia. A cultura de quem?
Dos produtores de filmes que exploram e glamurizam a miséria e crime, e
trabalham para desacreditar instituições, das peças teatrais delirantes, dos projetos
vaidosos de artistas consagrados. Será interessante saber como estão os nossos
museus, as salas de cinema que fecham, a literatura cada vez menos prestigiada,
os artistas populares, as tradições folclóricas da nação, o conhecimento da
história do país, a consciência das riquezas naturais, o patrimônio arquitetônico, a utilização da língua mater. Ora, a Cultura de um povo se escreve com estas ideias.
Bem, se é assim, e de fato é, estamos mergulhados num processo de destruição cultural
do Brasil. Isto é grave. Povo que não se reconhece, não se ama fraternamente e
não encontra motivo para sonhar o futuro. Sem cultura, seremos transformados
num acampamento de párias. O ministério da Cultura, quando trabalhando para a
nação, é instrumento de segurança dos valores de uma civilização. O simulacro
de ministério da Cultura que operava no Brasil fazia exatamente o inverso, tratava
de realizar trabalho deletério na cultura brasileira e o fazia com a ajuda de
grupos, autoproclamados, iluminados donos das decisões no campo da Cultura cujo
objetivo principal era receber prestigio e dinheiro. O sistema os coopta e utiliza-os
enquanto forem úteis. É o histórico patrimonialismo do Estado brasileiro. Cada um
toma um pedaço dos negócios da nação e o transforma, metaforicamente, numa
capitania hereditária, sem vergonha dos fins abomináveis que possam intentar.
domingo, 15 de maio de 2016
De
Pedro II a Dilma Rousseff
Quem usa de critérios honestos, ao estudar a História do
Brasil, conclui que D. Pedro II foi o maior estadista produzido na civilização brasileira.
Probo, equilibrado, culto, sofrido, bondoso, amoroso com sua gente, as páginas
da História o relatam como o Rei filósofo. Em 15 novembro de 1889, foi deposto.
E numa tépida noite do Rio de Janeiro, embarcado, com a família e poucos amigos,
num navio com destino à Europa. Este homem, que conseguiu manter unido o
Brasil, bem quisto pelo seu povo, admirado no mundo por cientistas, artistas e
estadistas. Rei, cujo pragmatismo fez aceitar que a economia do país só poderia
funcionar com a existência da escravidão, mas a sabendo repugnante, tratou de engendrar
um processo conduzido por leis capazes de tornar a abjeta instituição
insustentável. Tal Imperador Moderador, ouvidor de todos, fossem ricos ou
pobres, foi defenestrado da terra onde era o soberano afável e interessado no
progresso da realidade brasileira. Possuía qualidades demais para permanecer no
comando do governo deste país alvo de tantos interesses colossais. Expulso,
durante a viagem, avisou ao comandante da escolta que o acompanhava em águas
brasileiras, ser dispensável tal procedimento, pois se fosse algum tipo de
reverencia, ele dispensava, se fora temor do seu retorno não havia motivo para preocupação,
não pretendia impor-se à nação. Este homem, doou todos seus bens ao Brasil e
pouco anos depois, morreu num hotel confortável e simples em Paris, sempre disposto
a retornar, se solicitado fosse. Morreu cercado da família e alguns amigos. O
tempo passa o tempo voa. Acabou o Império, veio a República, e nunca mais
tivemos estabilidade duradoura. O último
e grave solavanco da república brasileira foi o impedimento da presidente Dilma
Rousseff. Acusada e suspeita de uma série de más condutas com e no Estado
Brasileiro. Retirada do comando do governo através de mecanismos institucionais,
insiste ela e seu partido, em não aceitar a situação. Coloca em dúvida os
poderes Judiciário e Legislativo e ignora olimpicamente a vontade do povo que
não tolera mais os desmandos do seu governo repleto de nulidades e bandoleiros.
Quer governar como uma tiranete junto com seus mentores e apaniguados. Pois
bem, incapaz de assimilar a rejeição, Dilma Rousseff, virtualmente deposta,
exige, mesquinhamente, enquanto tramita o seu julgamento, dinheiro, mordomias,
seguranças, e equipamentos para seu desfrute. Faz papel de vítima de um golpe e
exige pompa e circunstância em acinte ao país, que a rejeita, assim como, seu
partido e aliados oportunistas. São lançados fora do poder pela multidão indignada
com os desmandos de um governo deletério e suspeito nas intenções. Eis retrato
do caminho trilhado pelo Brasil, quando acaba o Império sai um governante de
alto quilate, combatido por interesses externos. Sai humilde e sereno. A república
brasileira, nos seus espasmos, pressionada pelas ruas, esforça-se para destituir
uma presidente condutora de políticas implosivas da estrutura do país, pessoa intelectualmente
questionável, sem cultura e com intenções de estabelecer um poder não
compatível com os desígnios da grandeza do Brasil. Nesta situação, pretende
propagandear tratar-se sua saída como golpe. De Pedro de Alcântara a Dilma Rousseff,
quanta diferença. Oh, tempos! Oh, costumes!
sábado, 14 de maio de 2016
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Homem
conhece-te a tí mesmo.
Dia destes, caminhando pelas ruas de Porto Alegre,
deparei com uma cena cada vez mais comum nestes caminhos que tanto amo, homens
com moto serra cortando ou mutilando (chamam de poda) árvores. Ao meu ouvido, o ruído cruel da máquina indicava
o sacrifício de uma árvore. Aquele ser do reino vegetal, cujo esplendor demorou
décadas para expor sua beleza, tombava frente ao homem tecnológico, indiferente
e prepotente. Ali foi um momento de choque e reflexão. Clara, como nunca, pude enxergar
a porção de maldade que habita o coração desta raça impiedosa. Animais e
Vegetais, seja o mais óbvio pasto, minúsculo inseto, magnífico mamífero ou árvore
colossal, tudo e todos, tombam arrasados pela incompreensão e soberba do homem.
Este homem, crendo-se o deus soberano do planeta, pensa tê-lo a sua disposição,
podendo servir-se dele como bem provier.
Por não entender ou não se importar com a casa onde vive, instabilizou o
equilíbrio ecológico do seu ambiente. A ignorância, a ganância e a vontade de
exercer o poder absoluto sobre o mundo onde existe, acabam por cegar a
humanidade. A tal ponto, que a
civilização está sendo conduzida por interesses claramente psicopáticos, num
processo autofágico. A árvore tombada na via é sinal do vórtice de insanidade
que aflige corações e mentes humanas, malfazendo ao indivíduo e à sociedade, abrindo
o portal para violência crescente, traduzida na compulsiva agressão às árvores,
animais e, inexoravelmente, ao ser humano. Tal realidade insana, não será
amenizada por campanhas publicitárias ou palavras mantras no intuito de gerar
otimismo. O lobo mordeu o coração do homem e a única medicina capaz de curá-lo
é educação e cultura que incentive os sentimentos nobres da porção sublime do
nosso animo.
José Maria Rodrigues de Vilhena
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Brasil, mil razões para
acreditar, algumas poucas para determinar o fracasso
Mil são as
razões para acreditar num Brasil exemplar, modelo de nação a toda Terra. Mil
são as razões. Neste rápido texto, contudo, peço desculpas, não farei referência
a elas. Aqui, nestas breves linhas, quero usar a pena para ressaltar os motivos
pelos quais não conseguimos deslanchar como civilização. Breves serão as
palavras para justificar a perspectiva de que o Brasil tende ao fracasso. Os
motivos são óbvios, mas nem sempre o senso comum consegue perceber. Vejamos. Sinceramente,
alguém pode acreditar numa nação funcionando sem um povo educado? Sem estrutura
educacional capaz de possibilitar uma base qualificativa à população, a
síndrome da Torre de Babel será estabelecida. Ninguém mais conseguirá se
comunicar produtiva e verdadeiramente. Como consequência, os problemas de larga
abrangência não mais serão entendidos, virá daí, a indiferença e descaso.
Haverá, então, uma multidão estupidificada, disponível à mentira e manipulação.
E viva o futebol e os big brother da vida. A este cenário, some-se o deletério
da Cultura da civilização brasileira num processo de esquecimento histórico e
artístico, onde as páginas da História e herança das belas artes, serão substituídas
por simulacros convenientes ao poder manipulador do Estado brasileiro. Sem
tradições, virá a perda da identidade e a consequente projeção da baixa
autoestima. Neste mundo, nada será digno de luta e sacrifício, a Vontade será
substituída pela Esperança. Saindo do contexto espiritual e transpondo o umbral
das coisas materiais, é impossível um país das dimensões do Brasil ser
produtivo sem uma rede de transporte adequada conectando modais ferroviário, rodoviário,
hidroviário e aeroviário. Tal estratégia não existe em terra Brasilis. A base
de uma economia moderna é, sem dúvida, a industrialização. No Brasil, o Parque
Industrial é montado e desmontado ao bel interesse de forças exógenas que
controlam nossa economia. A gigantesca área do país continente, que abriga
riqueza Natural incomparável no planeta, é tratada de modo predatório, incapaz
de gerar um ciclo de riqueza permanente. Ganância, estupidez e descaso,
destroem a Natureza brasileira. A estes fatos incontestáveis , soma-se uma máquina
de governo que consome 40% da produção econômica e não responde adequadamente à
suas atribuições, pior, o Estado funciona , não como mola propulsora da economia
e sim como seu tutor. O texto é rápido, mas os argumentos devem sensibilizar o
leitor, que não precisa ser muito arguto, para compreendê-los como verdadeiros,
e concluir: sob estes impulsos condutores , o Brasil tende ao fracasso.
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