quinta-feira, 24 de agosto de 2017

            O Grande teatro Brasil;
Old radio tuner  isolated on white backgroundQuando assisto a programas de pauta política, no rádio ou televisão hodierna, recordo minha infância escutando, ao lado de minha avó, as novelas do rádio. Obviamente, sem imagem, assistíamos dramas folhetinescos, onde vozes narravam dramas alheios ao nosso dia a dia. Tudo o que tínhamos eram vozes do rádio teatro, desta forma faziam-se bandidos, mocinhos, maldades e bravuras. Ainda que tocados emocionalmente, escutávamos e imaginávamos. Não havia como participar dos dramas. Passados tantos anos, quem diria, sensação igual assola-me hoje ao observar a gente brasileira quando assiste programas e noticiários políticos nos meios eletrônicos de comunicação. É um tal de projetos, leis, votações e acusações (geralmente verdadeiras), gerando a desinformação pelo excesso e cujos desenlaces dão-se à portas fechadas A população, a tudo assiste, tocada por certa indignação, porém, sem reação, incapaz de exercer qualquer atitude para interferir no desenrolar dos dramas. Como antigamente nas radionovelas, os protagonistas são desconhecidos (Salvo raras exceções. Alguém conhece os deputados que participam dos nossos parlamentos?). Ressalve-se contudo, há uma substancial diferença entre o mundo político brasileiro e as novelas do rádio das décadas 1950-60. Lá, elas passavam pela vida das pessoas, hoje, o drama encenado pelos políticos determina a vida das pessoas. Naqueles tempos de então, o bem e a justiça por fim triunfavam, nos dias que correm, bem ao contrário. As vozes de atores e atrizes das radionovelas entretinham a pacata vida dos ouvintes. Agora, o espetáculo encenado é  personificado por burocratas desconhecidos e  políticos desclassificados. Não servem mais como entretenimento senão como trama sombria que determina como cidadãos vivem e viverão. Os brasileiros, da mesma forma de eternos espectadores, jamais sobem ao palco e, tal qual gado, cumprem seu triste destino no papel de estatística. Como dizia Lima Barreto, grande literato brasileiro: O Brasil não tem povo, tem público.  

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Fenômenos estranhos e a água que bebemos.


O editorial de14/08 do Jornal do Comércio enfocou um fenômeno na Natureza e o consequente desdobramento do mesmo em Porto Alegre. Infelizmente, tal movimento físico no ambiente passou, sem a devida significância, nos meios de comunicação de massa. Refiro-me ao recuo de mais de 70 metros das águas oceânicas no litoral sul brasileiro e uruguaio, numa faixa de quase 3000 km. Este megaevento foi justificado pela ação do vento. Eu,- engenheiro, físico e ecólogo-, ainda não concebi uma explicação plausível e completa, mas, não posso aceitar o argumento simplista da mera ação dos ventos. Convenhamos, a energia necessária para movimentar a massa d’água de, grosso modo, mais de 200 milhões de M3 não pode ter origem apenas no fluxo do ar. A verdade virá à tona em algum momento. Aguardemos. Quanto ao desdobramento do acontecido, com o recuo das águas do estuário Guaíba, mostrou, como bem diz a matéria, a irresponsabilidade e o desinteresse da população pelas aguas que abençoam a capital. Toneladas de lixo foram postas a olho nu, resíduos do cotidiano doméstico e pessoal. Visão horrenda. Contudo, tome-se em conta, esta é a ponta do iceberg da agressão às águas do estuário. O cenário triste dos trastes submersos no Guaíba mostra a poluição física das águas do manancial, talvez a menos nociva para a saúde da população e menos agressiva à vida nas suas águas. Há uma poluição contaminante invisível, mais patogênica e difícil de ser sanada, na forma biológica (esgotos), química (efluentes industriais), bioquímica (insumos agrícolas) ela penetra na vida da população. Por favor, não quero ser alarmista nem pessimista, mas a solução para vivermos, de forma equilibrada com o ambiente Natural que nos mantem, só virá a partir da consciência dos graves problemas que nos assolam. É o mínimo esperado de uma civilização tecnológica cujo poder alcança a capacidade de interferir na ecologia do planeta que a sustenta. Afinal, a Terra é a nossa casa e é do Guaíba a agua que bebemos. Urbi et orbi.

*Olavo de Carvalho Novo*Movimentos de Esquerda/Conspirações

                              Escute, preste atenção, reflita e conheça seu inimigo.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017



A democracia e a república sob a lupa da Verdade


Resultado de imagem para gravura do burro e a cenoura
Quem não conhece a história da cenoura e o burro? O tubérculo é colocado à frente do muar, ele então, no intuito de comer a cenoura, caminha espontaneamente puxando a carroça que o atrela. Nos dias atuais, a palavra Democracia, da mesma forma, funciona para aliciar a multidão. A cada 4 ou 5 anos, as pessoas podem depositar um voto nas urnas e, nesse processo, escolhem seus representantes. Que felicidade. Contudo, há grande equívoco no sistema do sufrágio universal, pois que, num ambiente onde o grupo eleitor, em imensa maioria, não dispõe de informação, conhecimento ou cultura ´política, redunda no cenário de partidos voltados a interesses escusos e candidatos, quase todos, espúrios.  O Brasil é exemplo cabal desta afirmação. O país acabou por criar uma casta quase divina de políticos e apaniguados, imunes aos ditames das leis, sugadores de dinheiro público cuja sanha é elaborar e sancionar leis que oprimem e dificultam a vida da população. Claro, era de se esperar, e, de fato acontece, as gentes se indignam. Vem então, a cenoura do burro: Na próxima eleição elejam melhores candidatos! Não votem neste ou naquele partido! Esta é a razão pela qual a democracia é um bom modelo de governo! É o que bradam as vozes influentes na mídia corporativa. Ora, o sistema é tão viciado que bons candidatos são metodicamente impedidos de apresentar candidatura em partidos comandados por caciques políticos cuja única ambição é alcançar o poder e, através daí, construir o castelo das ambições pessoais. De tal maneira é a obsessão que são capazes de tudo destruir, inclusive a própria nação, numa disposição de psicopatas cruéis. Quando a situação torna-se escandalosa, como no caso do Brasil, lançam dúvidas sobre a formatação política, presidencialismo ou parlamentarismo, trata-se de maquiar o problema ao invés de operar o conteúdo da doença. A camuflagem é perfeita para manter partidos e políticos intocáveis, num teatro onde muda o palco, mas a peça e os atores permanecem os mesmos. A questão fundamental é a república e a democracia, princípios falsos quando implantados entre pagadores de impostos ao invés de cidadãos. Construir uma sociedade assim, é tentar erigir uma casa sobre a areia. Sem alicerces, ela ruirá.  

terça-feira, 1 de agosto de 2017


Royalties, impostos e justiça

Resultado de imagem para fotos de mineração
Etimologia é estudo fantástico, descobrir a origem das palavras dá, a quem o faz, poder de decifrar ideias e conceitos. Não, este ágil texto não versa sobre linguística, mas pretende usá-la como gancho para refletir acerca de taxas e justiça. É consenso, o povo brasileiro vive sob uma montanha de impostos e, cada vez que o orçamento governamental não fecha, maior ela fica, resultando menor atividade econômica e, via de consequência, mais pobreza. É a regra. Agora mesmo, o governo aumenta os impostos sobre os combustíveis e articula taxar, através do imposto de renda, heranças e doações. Aumentar a arrecadação elevando o percentual dos royalties - cuja origem etimológica é royal, significa parte do rei, na antiga sociedade medieval, agora representada pela parte do Estado republicano dono do subsolo do território-, nem pensar. Ora, a História de concessões no Brasil remonta ao ano 1503, quando a exploração do Pau-Brasil foi entregue a Jacob Függer.  Quinhentos anos após, o governo continua com a mesma política de cedência de matéria prima compensada pelo pagamento de royalties. Assim, o Brasil concede, entre outros minérios, a exploração da Bauxita (alumínio), Cassiterita(estanho), Ferro (Aço),Nióbio, acrescidos à retirada de petróleo do Pré-Sal.   Não defendo a criação de empresas estatais para negociar tais riquezas naturais, o que causa espécie é constatar o valor pago a título de royalties para o uso dos minérios.  O patamar é de 2% sobre o lucro na comercialização dos metais. Vendemos minérios estratégicos, cujas principais reservas no planeta encontram-se em solo brasileiro e disponibilizamos um imenso potencial petrolífero, com ressarcimentos insignificantes. Em troca, a mineração agride à ecologia do País e gera poucos empregos se comparados ao capital investido no processo negocial. Quem e como estão sendo definidas estas estratégias?  Não é mais lógico aumentar a parcela dos royalties ao invés de sobrecarregar a sociedade com impostos? Pensa Brasil.