Candidaturas
Militares em Outubro de 2018
Existe um movimento crescendo no País a fim de estimular
candidaturas de militares nas eleições vindouras em outubro/2018. Tal
articulação imagina que ao serem eleitos militares para cadeiras nos legislativos
e executivos, serão colocados nestes cargos, homens probos e comprometidos com
os interesses do Brasil. A perspectiva é correta, os militares, via de regra,
são homens honestos e patriotas. Contudo, há um óbice para tornar realidade tal
intenção. Militares são uma categoria especial, por formação e atividade, sua cultura
é extremamente profissional e, o mundo da caserna é muito distinto do mundo
político onde encontrarão dificuldades para se eleger, porquanto não possuem a
linguagem capaz de conectá-los com a multidão votante. Aos eleitores,
massivamente constituídos de meros apertadores de botões nas maquinas que
contam votos (honestamente?), não é produtivo falar aquilo que deve ser falado, vale mais dizer aquilo que eles
querem ouvir, na forma que os agrada. Outro ponto, chocante para um militar de
carreira, será quando perceber que partidos políticos não são agremiações
reunidas em torno de ideias e ideais, são de fato, grupos onde se estabelecem pessoas norteadas por projetos individuais de
poder, geralmente -os projetos- oriundos da vaidade e da ganância. No meio
militar, a mais degradante situação é quando existe inimigo na trincheira.
Traidores são abominados, mas, na política, os maiores inimigos estão dentro do
seu próprio partido. Isto paralisa intenções nobres. Para finalizar, é preciso
compreender o erro de origem vindo da constituição de 1988, elaborada para
estabelecer o caos. E do caos pavimentou a estrada que está conduzindo a nação brasileira ao desbaratamento. Ele vem através de legislação que autoriza
infinita quantidade de partidos, permite
crianças de 16 anos votarem assuntos de estado, obrigam analfabetos a votar, é conivente com acordos de liderança
nos parlamentos, elege deputados federais com 200 votos através da proporcionalidade e acaba
por preencher o Senado com candidatos
que não foram votados. A resultante desta condição, somada à precária e confusa
condição cognitiva da população , acaba elegendo massivamente apresentadores de
TV, jogadores de futebol, palhaços e
gente financiada pelo narcotráfico. Dizia Aristóteles que a política é a mais
nobre das artes. Infelizmente, amigos militares, ela nos dias de hoje, foi
prostituída e transformou-se em dinheiro e suborno através de empregos. Nela,
não há espaço para honra e boas intenções. Afinal, o quê não é do mar, o mar
põe para fora.
José Maria Rodrigues de Vilhena
Candidato ao governo do Rio Grande do Sul/2002
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